Conte sua história › Silvio Sano › Minha história
Nasci Silvio Kazushi Sano, mas, por minha formação e por uma busca particular de identidade e estilo ao hobby (desenhar) que adorava, fui assinando, além do próprio “Sílvio”, “Kazushi”, “Ká”, “Shirú” e “Sano”. Até que surgiu a literatura em minha vida e, junto, “Sílvio Sam” (de tio Sam), que adotei ao publicar o meu primeiro livro (O Seqüestro), um romance policial. Adivinhe? Aos desenhos, acrescentei “Sam”, e até “Ssam”, à lista de pseudônimos. Até que, por fim, retomei, de vez (acho...), o “Sílvio Sano”, porque muitas pessoas (japonesas) confundiam o meu “Sam” com o “san”, que na língua japonesa significa “senhor”. Quem sou eu, né?
Mas, por que essa introdução, aqui?
Fi-lo assim porque me considero um produto da imigração japonesa no Brasil, na origem (sou nissei), bem como da emigração nipo-brasileira ao Japão pelo livro que escrevi sobre os dekasseguis, e que me levou à adoção do “Sam” no nome. Não, sem antes ter me tornado, também, mais um produto da violência urbana deste país, vítima de um assalto à mão armada logo após ter retornado do Japão, onde fora fazer um curso de pós-graduação. O movimento dekassegui mal tinha começado. Retornei para lá, por esse motivo, nessa condição. Essas são as razões de meu vínculo ao movimento migratório japonês em relação ao Brasil... nos dois sentidos.
Mas, como “há males que vem para bem”, o resultado disso acabou gerando o meu segundo livro (não quis que fosse o primeiro a fim de não desperdiçar tema tão importante, logo “de cara”) "Sonhos Que De Cá Segui", um romance baseado em depoimentos de cerca de 300 dekasseguis, com os quais convivi nos 3,5 anos que passei naquele país, nessa fase. Não sou muito simpático a trocadilhos, mas, no caso do título desse, veio a calhar porque, em tese, os trabalhadores partem para lá em busca de sonhos. Não foi bem o meu caso (fugi de um pesadelo). Mas, talvez por isso, e pelo fato de já ter conhecido o Japão por 3 “olhares” diferentes (bolsista-estagiário, lua-de-mel e estudante-pós), pude entender bem as dificuldades que passavam os brasileiros no confronto com outra cultura completamente diferente. Tanto que, pela forma como os brasileiros me procuravam, minha esposa chegou até a afirmar que eu deveria ser psiquiatra e não arquiteto.
Agora, procuro ser apenas Sílvio Sano, mas acreditando que este país de mais de 60 nacionalidades imigrantes diferentes, no futuro, ainda haverá de servir como exemplo ao mundo de que “raças” (nacionalidades) e crenças diferentes podem viver em harmonia, sim.
Minha história se completa em: http://www.silviossam.com.br e em http://www.nikkeypedia.org.br/index.php/Silvio_Sano
Depoimento à jornalista Nádia Sayuri Kaku
PRA VOLTAR A SER FELIZ
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Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil