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Kanetaro Ogura

Hakodate / Hokkaido - Japão
24 anos, imigrante

O líder "sangue azul" e suas contribuições sociais


Kanetaro Ogura não estava apenas preocupado em vencer no Brasil, ou, como contou à filha Aiko, em também apenas “dar mais asas aos filhos”. Kanetaro Ogura era pai de muitos filhos, não apenas literalmente. Sua rápida ascensão social acabou por chamar a atenção de muitos e atrair os com o mesmo espírito de vencer. Acabou por se tornar um líder por onde passou. Por isso, acabou se transformando em conselheiro da comunidade japonesa na cidade de Onda Verde, de 1940 a 1954. Depois, em São José do Rio Preto, acompanhou a formação do Nihonjin kai (clube japonês), onde veio a se tornar o quarto presidente dessa associação. Foi na gestão dele que foi inaugurada a sede própria idealizada pelos fundadores cinco anos antes. Meus tios me contaram que a idéia da sede surgiu porque as reuniões eram quase sempre realizadas na casa deles e que, por se preocuparem em não atrapalhar o trabalho delas é que surgiu a idéia de se construir um “kaikan” (clube). Uma das formas para se arrecadar fundos para essa construção foi pela realização de um concurso de Miss Colônia. A idéia deu tão bom resultado que o meu pai, que morava em Fernandópolis, copiou o modelo e fez o mesmo em sua cidade visando também a construção de seu “kaikan”. Deu certo. A gestão de Kanetaro Ogura durou 33 meses (janeiro de 1955 a setembro de 1957), e foi interrompido por motivo de mudança para São Paulo, provocada por aquela repentina reversão financeira, após a perda do hotel. Aliás, uma das razões para ele ter passado a responsabilidade dos negócios da família ao filho mais velho fora também por essa, que considerava, sua nova missão sócio-cultural. Por isso, não deve ter vindo satisfeito para São Paulo. E em São Paulo, já beirando os setenta anos, apenas deixou se levar, então, pelo destino determinado pelos filhos e vindo a falecer, mais tarde, sem a pompa de um “sangue azul” de que fazia jus, mas ao lado de seus entes queridos. E eu, conhecendo agora sua história verdadeira, sou mais um dos muitos frustrados netos neste site da Abril que lamentam não ter convivido melhor e aprendido mais com o seu odiitchan.


Enviada em: 07/06/2008 | Última modificação: 07/06/2008
 
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Comentários

  1. Silvio Sano @ 13 Abr, 2009 : 11:17
    Nem sempre a imagem que temos de uma pessoa idosa, no momento, é a que reflete a sua personalidade. Aprendi isso no momento que me foi revelada a história de meu avô por meus tios, em São José do Rio Preto, no início de 2008. Muito tempo... mas muuuito tempo depois de eu ter nascido. Uma vergonha! E uma injustiça para com ele. O meu avô, desde que aqui (no Brasil) aportou, diferentemente da maioria dos imigrantes, só conheceu conquistas... e extraordinárias. Tudo indicava que ele retomaria a vida nobre que deixara no Japão. Mas alguns percalços foram ocorrendo, não por culpa dele, que foram culminar quando não tinha mais condições de se reerguer, devido à idade. Meu contato "real" (quando já podia me considerar "gente") com ele e família começou nessa fase. Daí porque marcou em minha mente uma imagem errônea e injusta dele. Confesso que considerava-o apenas um "bom velhinho". Ah! Como me arrependo! Por isso me emocionei ao redescobri-lo e, por isso, resolvi que ele não deveria ser apenas uma parte em meu perfil neste site. Ele merecia um espaço, um perfil só dele, exclusivo. E aqui parabenizo aos idealizadores deste site, que agora pertence ao Museu do Bunkyô, porque, no mínimo, estimulou muitas pessoas a reverem suas raízes, bem como, a entenderem melhor certas posturas dos ancestrais com que discordavam "lá atrás".

  2. Tieko Fujiye @ 9 Mar, 2010 : 12:30
    Assim como Kanetaro Ogura, muitos imigrantes contribuiram para o desenvolvimento do Brasil, deixando para trás o passado tão ilustre, não revelando em vida a sua origem, sendo homenageados com louvor por seus descendentes.Parabéns aos idealizadores do site e ao Museu do Bunkyô por estar responsável pelo prosseguimento do Projeto, com certeza teremos muitas revelações através das histórias aqui relatadas.

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