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Kanetaro Ogura

Hakodate / Hokkaido - Japão
24 anos, imigrante

Shindo Renmei e o pacificador Kanetaro


Sim, descobri que o Shindo Renmei também esteve presente em nossa família. Só que nela estava também Kanetaro Ogura, aquele que queria “dar mais asas aos filhos”. O seu irmão Shogoro, que o acompanhara na vinda para o Brasil, aderiu ferrenhamente aos “kachigumi” (vitoristas) e queria que seu irmão fizesse o mesmo, além de parar de fabricar hortelãs. Sim, Kanetaro Odiitchan, e até o meu pai, “chegaram a fabricar hortelãs, que eram utilizados para armamentos americanos”, segundo os meus tios. Não souberam precisar que tipo. A verdade, é que, o tino comercial do odiitchan levou-o à fabricação deste produto rentável em tempo de guerra... e o Japão ainda não havia aderido aos alemães e italianos, conforme descrito neste mesmo site, nas “Aventuras na História”, de Cecília Selbach (As várias faces do Imperador). E tanto o meu odiitchan quanto o meu pai pararam a fabricação de hortelãs, mais pelas ameaças que recebiam dos próprios consangüíneos.
E a insistência do irmão Shogoro levou-os ao rompimento definitivo. Odiitchan lhe dizia: “Não vim aqui (ao Brasil) para brigar, mas para que os meus filhos tivessem possibilidades de crescerem!” A personalidade do irmão era forte. Tanto, que até abandonou a esposa no Japão porque não queria acompanhar o marido na vinda ao Brasil. E Shogoro deve ter sido atuante no meio Shindo Renmei porque chegou a ser preso na Ilha Anchieta, por muitos anos, quando a Polícia Federal resolveu intervir. Não era um líder destacado, mas estava dentre os oitenta, acusados de serem mandantes ou executores que foram presos na ilha, até terem as penas comutadas pelo presidente Juscelino Kubitschek, no Natal de 1956, após terem cumprido mais de dez anos de prisão. Mas, após solto, tinha de se apresentar semanalmente à PF. Então, “ainda teimoso, ia constantemente à Capital solicitar ao Presidente da República para que o deportasse para o Japão, já que um recurso judicial protelou a execução dessa pena, e porque não admitia pagar sua própria passagem para isso, como fizeram alguns de seus companheiros”, segundo as tias. Até que, finalmente, conseguiu seu intento, no governo Sarney, em fins da década de oitenta. E foi para o Japão, onde veio a falecer.


Enviada em: 07/06/2008 | Última modificação: 07/06/2008
 
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Comentários

  1. Silvio Sano @ 13 Abr, 2009 : 11:17
    Nem sempre a imagem que temos de uma pessoa idosa, no momento, é a que reflete a sua personalidade. Aprendi isso no momento que me foi revelada a história de meu avô por meus tios, em São José do Rio Preto, no início de 2008. Muito tempo... mas muuuito tempo depois de eu ter nascido. Uma vergonha! E uma injustiça para com ele. O meu avô, desde que aqui (no Brasil) aportou, diferentemente da maioria dos imigrantes, só conheceu conquistas... e extraordinárias. Tudo indicava que ele retomaria a vida nobre que deixara no Japão. Mas alguns percalços foram ocorrendo, não por culpa dele, que foram culminar quando não tinha mais condições de se reerguer, devido à idade. Meu contato "real" (quando já podia me considerar "gente") com ele e família começou nessa fase. Daí porque marcou em minha mente uma imagem errônea e injusta dele. Confesso que considerava-o apenas um "bom velhinho". Ah! Como me arrependo! Por isso me emocionei ao redescobri-lo e, por isso, resolvi que ele não deveria ser apenas uma parte em meu perfil neste site. Ele merecia um espaço, um perfil só dele, exclusivo. E aqui parabenizo aos idealizadores deste site, que agora pertence ao Museu do Bunkyô, porque, no mínimo, estimulou muitas pessoas a reverem suas raízes, bem como, a entenderem melhor certas posturas dos ancestrais com que discordavam "lá atrás".

  2. Tieko Fujiye @ 9 Mar, 2010 : 12:30
    Assim como Kanetaro Ogura, muitos imigrantes contribuiram para o desenvolvimento do Brasil, deixando para trás o passado tão ilustre, não revelando em vida a sua origem, sendo homenageados com louvor por seus descendentes.Parabéns aos idealizadores do site e ao Museu do Bunkyô por estar responsável pelo prosseguimento do Projeto, com certeza teremos muitas revelações através das histórias aqui relatadas.

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