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Muriel M. B. Choshi

Cambé / PR - Brasil
43 anos, Auxiliar

Minha história dekassegui - 1995 - parte 1


A convite de meu pai, lá pelos idos de 1995 aos 15 anos de idade, fui ao Japão. Estávamos estabelecidos em Nagoya (Aichi), no bairro de Minato (que é literalmente "porto" na tradução).

Naquela época, chegáva-se ao Japão por intermédio de convites de trabalho, onde as empresas assumiam a responsabilidade pelos contratados. Já no meu caso em específico, eu contava com apenas 15 anos, de modo que meu visto foi concedido na categoria de turismo (3 mêses), sendo que meu pai seria o meu hoshoonin - fiador - posteriormente (ou pelo menos esse era o objetivo).

A minha avó Marico, com seus 60 anos de idade me acompanhou nessa viagem. Como ela é issei, não teve maiores problemas para conseguir um visto permanente, ou melhor, ela ganhou um passaporte japonês "logo de cara".

A minha primeira entrevista de emprego foi no dia posterior á minha chegada. A situação já era pouco convencional desde a partida do Brasil, e ficou ainda mais problemática - ou divertida - com o tempo. Por azar, o fuso horário havia atrapalhado o meu sono, e logo na minha primeira entrevista, fui surpreendido pelo entrevistador DORMINDO no apaato de meu pai.

Meu entrevistador era o Sr. Nishimura. Um velho careca, trajado de uniforme típico de fábrica, calçando uma "surippa" com meias...e um óculos escuro no melhor estilo "yakuza" (bom, ele era Yakuza mesmo, mas essa é uma história pra outra hora). Ele tinha uma cara amarrada, sem queixo e um aspecto de ameixa sêca. Meu pai era terrível em nihongô. Na minha primeira impressão - sonolenta - meu pai parecia um macaco fazendo acrobacias, guinchando e sorrindo para o "adestrador" Nishimura, este com cara de poucos amigos. O velhote só me deu uma olhada de cima abaixo, balbuciou qualquer coisa cavernosa e foi embora.

Durante a viagem, eu vinha considerando as parcas palavras que havia decorado em um humilde livrinho de 60 páginas, de capa cor de crême "nirrongô no kayiuá" para crianças. No máximo eu poderia repetir algumas perguntas e respostas "papagaiantes" apreendidas no calor da excitação das semana antecedentes á viagem. E nem tive a oportunidade de usá-las naquele dia com o Sr. Nishimura...


Enviada em: 17/08/2010 | Última modificação: 17/08/2010
 
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Comentários

  1. LG @ 17 Ago, 2010 : 11:14
    muuuito legal mesmo Muri!vc é o cara meu quirido... forte abraço de um amigo feito na volta dessa jornada...

  2. Tiemi @ 17 Ago, 2010 : 11:32
    Primo, que história incrível!!! Dei muita risada! Quero mais!!!!! bjs

  3. vic @ 17 Ago, 2010 : 18:26
    kkkkkkk... fatos talvez complicados do passado e q hj servem de memória com diversão!!! ficar surdo por 8 horas talvez seja o maior paradoxo de todos, se considerar o antes (naquela época) e o agora...rsrs

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