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Alexandre Nagado

São Paulo
53 anos, quadrinhista, desenhista e redator

Os heróis e monstros japoneses


A chamada cultura pop japonesa é um termo genérico para definir um conjunto de mídias voltadas ao entretenimento. Engloba assuntos como o mangá (histórias em quadrinhos), o animê (desenhos animados), o J-Pop (pop-rock), os games e muitos outros. Dentro desse universo, meu assunto favorito é o tokusatsu. Tokusatsu (leia "tokussatsu") vem de "tokushuu kouka satsuei" ou "filmagem com efeitos especiais". É a palavra que designa, no Japão, os efeitos especiais (em inglês, "special effects" ou "SFX"). Em cultura pop japonesa, fala-se de tokusatsu para se referir a seriados como Jaspion, Ultraman e National Kid ou filmes de longa-metragem com monstros como Godzilla.

A chamada cultura pop japonesa é um termo genérico para definir um conjunto de mídias voltadas ao entretenimento. Engloba assuntos como o mangá (histórias em quadrinhos), o animê (desenhos animados), o J-Pop (pop-rock), os games e muitos outros. Dentro desse universo, meu assunto favorito é o tokusatsu. Tokusatsu (leia "tokussatsu") vem de "tokushuu kouka satsuei" ou "filmagem com efeitos especiais". É a palavra que designa, no Japão, os efeitos especiais (em inglês, "special effects" ou "SFX"). Em cultura pop japonesa, fala-se de tokusatsu para se referir a seriados como Jaspion, Ultraman e National Kid ou filmes de longa-metragem com monstros como Godzilla.

Cresci na década de 1970 vendo esse tipo de seriado. Depois, no final dos anos 80, uma nova geração começou a chegar, como Jaspion, Changeman e Flashman. No início, estranhei o novo estilo de aventura, mas logo acabei gostando. O ritmo das histórias era mais ágil, os personagens eram mais caricatos e havia uma ingenuidade ainda maior. Tudo era mais colorido e espalhafatoso. Achei tudo muito divertido e acompanhei também Lion Man, Jiban, Cybercop e tantos outros. Logo, eu viria a trabalhar com esses personagens.

Fazendo roteiros de histórias em quadrinhos, vi meus primeiros trabalhos publicados como profissional nas revistas Jaspion e Heróis da TV (da Ed. Abril) e também Goggle V, Sharivan e Machine Man (Ed. EBAL). E escrevi dezenas (ou seriam centenas) de artigos, matérias e notícias sobre esse tipo de produção para inúmeros veículos, como as revistas Herói, SET, Heróis do Futuro, Mangá Mania, Henshin e sites como Omelete, NihonSite, Bigorna e Nippo-Jovem. Em 1991, ajudei a organizar o "Jubileu de Prata - Ultraman", um evento que foi até noticiado no jornal Folha da Tarde. Depois, escrevi um álbum de figurinhas do Jiraiya (que, creio, só foi distribuído em São Paulo), prestei consultoria remunerada à Glasslite para ajudar na estratégia de lançamento das séries Kamen Rider Black RX e Solbrain, escrevi rótulos das capas das fitas de vídeo do KR Black RX, redigi histórias curtas para o "Disk Winspector", um serviço de histórias contadas pelo telefone narradas pelos dubladores da série, e muitas outras atividades profissionais.

Participei de eventos, fiz palestras, prestei consultoria, trabalhei diretamente com tokusatsu em diversas ocasiões. Até tive a honra de conhecer e entrevistar o ator Hiroshi Watari (Spielvan e Sharivan) e os cantores de temas de seriados Hironobu Kageyama e Akira Kushida. E no meu livro Almanaque da Cultura Pop Japonesa, não por acaso o tema principal é tokusatsu, ocupando 95 páginas de um total de 224. Também tenho alguns vídeos, DVDs, trilhas sonoras e até alguns bonecos de personagens, mas é longe de ser uma coleção propriamente dita.

Mas como tenho muitos outros interesses (dentro e fora da cultura japonesa), não me posiciono como fã ou colecionador específico, mas como um apreciador. E acredito ter sido um dos pioneiros no tratamento sério dado a esse assunto na imprensa. Nos últimos anos, meu interesse em tokusatsu decaiu, mas ainda procuro me manter atualizado sobre Godzilla e Ultraman, temas recorrentes no site Omelete, o maior portal de cultura jovem do Brasil. Trabalhando na área, já não é possível ter um distanciamento de fã, mas ainda assim, tal como eu fazia há mais de 30 anos, ainda consigo curtir e me empolgar com uma boa e divertida aventura repleta de pancadaria de mentirinha e efeitos especiais idem.

Por envolver filmagens em cenários variados e mostrar partes do Japão e seu povo, esses filmes, à sua maneira, me ajudaram a conhecer um pouco aquele país distante.

(texto extraído do meu blog Sushi POP: www.nagado.blogspot.com )


Enviada em: 11/01/2008 | Última modificação: 23/01/2008
 
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Comentários

  1. Enivaldo Pires @ 19 Out, 2007 : 09:26
    Meu grande camarada e ex-professor de Mangá, Ale Nagado: Nada mais justo do que esta homenagem a quem tanto trabalha em prol da divulgação da cultura japonesa. Foi bom conhecer um pouco da sua história e tenho certeza que os seus antepassados, estejam onde estiver, estão muito orgulhosos de você. Um grande abraço!

  2. Ale Sakai @ 20 Out, 2007 : 23:09
    Nagadossan, Muito bacana a sua história aqui no site. Parabéns!

  3. Alexandre Nagado @ 29 Out, 2007 : 19:33
    Obrigado pela visita e pelo apoio, Enivaldo-san e Sakai-san! Depois quero ler suas histórias também.

  4. Lu @ 1 Nov, 2007 : 13:41
    Alexandre, supresa te ver! Preciso escrever meu nome inteiro senão não irá me reconhecer: Maria de Lourdes Uema Yokoya, estou em Nagano há 15 anos. Lembrou? Saudades de todos vocês. Veja minha foto e parte do meu trabalho no blog http://mariayokoya.blog.ipcdigital.com/?cat=1 Beijos

  5. Alexandre Nagado @ 1 Nov, 2007 : 15:15
    Olá, claro que lembro! Estávamos no seu casamento. Que legal saber mais sobre seu trabalho. Minha mãe vai ficar contente em ter notícias suas. Vou passar seu e-mail pra ela. Grande abraço a todos aí!

  6. Robinson Oliveira @ 2 Nov, 2007 : 23:47
    E aí meu amigo. Beleza? Legal este espaço da Abril.com relacionado ao centenário da Imigração Japonesa. Você fez um pequeno resumo de sua vida. Está de parabéns. Seguindo a M-78 com ULTRASEVEN. hehehe...

  7. RMax @ 4 Nov, 2007 : 13:21
    Nossa, que bacana, esse espaço está gerando encontros entre parentes. Muito legal. Ah, Alexandre, só para te lembrar o Reino Uchinan foi incorporado ao império japonês em 1868, século XIX, apesar de este ter o controle extra-oficial do território desde muito antes.

  8. Alexandre Nagado @ 5 Nov, 2007 : 10:42
    Você tem razão, eu me equivoquei ao citar o século. Se foi em 1868, então é século XIX, e não XVIII. Já corrigi no texto original. O território que viria a ser chamado Okinawa era mesmo controlado pelo Império Japonês desde que foi anexado no século XVI. Mas nessa época, não era considerado província e sim um território do império. Como província mesmo, ou seja, com seus cidadãos sendo chamados de japoneses, a História do arquipélago é bem recente mesmo. Obrigado pelo toque!

  9. Sílvio Sano @ 4 Jan, 2008 : 10:22
    É muito bom ver que os resultados das somas de curiosidade e atenção com muita aplicação em ações afins dão em pessoas como o Alexandre. Ganha ele e ganhamos nós. Desde a convivência com diitian Mauro até a entrada, "sem querer", como crítico de cinema, mesmo que específico, foram conquistas atreladas ao sangue que lhe corre nas veias, além da formação de berço imigrante, de luta incessante, com certeza. Hoje é uma referência no mangá nacional. Parabéns, Alê!

  10. Alexandre Nagado @ 5 Jan, 2008 : 10:38
    Obrigado pelas palavras generosas, Silvio. Assim vou ficar mal acostumado, ah ah. :-) Acho que o sentimento de "não desistir" e "ir até o fim" foi algo que acabou sendo incorporado, sem que eu percebesse. Sem isso, eu já teria desistido da carreira. E continuo na batalha, como sempre. Abraços!!!

  11. Izidório @ 21 Fev, 2008 : 14:00
    Nagado, até hoje seu "Almanaque da Cultura Pop Japonesa" ainda é referência no assunto, principalmente porque explora a música japonesa muito além do trivial para os brasileiros (leia-se: Músicas de anime e tokusatsu) e muitos acabam com a curiosidade de pesquisar e ouvir mais, por exemplo, eu sou um grande apreciador da ótima banda Anzen Chitai. E continuei pesquisando, até conhecer outros artistas de J-pop mais antigo (anos 80, como Nakamori Akina, Matsuda Seiko, Shibugakitai, Ishikawa Hidemi, Ishii Akemi e Bakufu Slump; e anos 70 como os grupos Alice, Candies e Kaguyahime, e cantores do porte de Sawada Kenji, Saijo Hideki, Sakurada Junko, Ota Hiromi e tantos outros) O "Almanaque" terá uma reedição ou uma atualização em planejamento?

  12. Alexandre Nagado @ 22 Fev, 2008 : 01:28
    Olá, Izidório. Por enquanto, não há previsão para um segundo volume do Almanaque. Mais pra frente, quem sabe... Valeu a força! Abraços!

  13. Rita de Cássia Arruda @ 9 Abr, 2008 : 23:36
    Alexandre: Deliciosas as histórias que você compartilhou aqui conosco. Parabéns e obrigada por dividir com os demais depoentes e internautas essas maravilhosas memórias de sua infância e juventude. Quando meu irmão André voltou do Japão, me trouxe de presente um Mangá, que eu havia pedido - uma vez que sempre tive curiosidade de saber de que forma era retratada a História em Quadrinhos japonesa - e embora eu não entenda rigorosamente nada do que ali está escrito guardo com carinho a preciosa "relíquia". Assim como você, eu também via muito "Speed Racer" na TV, quando criança. Adorava o desenho animado. Quanto ao Jaspion, tem uma história engraçada sobre o personagem. Certa vez, preparei uma festa de aniversário para o Gabriel, meu primo e afilhado, então com 5 anos de idade, e esse era o tema da festa. Na segunda-feira, coloquei no carro os enormes bonecos alugados, para devolver na loja de festas, e as crianças dos outros carros acenavam para mim quando eu parava no sinal ou passava por elas no trânsito. Os adultos riam; achavam engraçada aquela cena bizarra, mas tudo na boa, com muito bom humor. Parabéns pelo trabalho fantástico que você desenvolve, como desenhista. Um abraço.

  14. Valéria @ 21 Abr, 2008 : 15:39
    Olá, Alexandre! Li sua história e fiquei curiosa, pois meu bisavô se chamava Sheifo Uema e veio para o Brasil no Kasato Maru.Infelizmente, não sei quase nada sobre minha família japonesa. Um abraço e felicidades. Talvez sejamos parentes distantes. Quem sabe?

  15. amandinha @ 21 Jun, 2008 : 11:41
    meu nome é amanda tenho 13 anos moro em cananeia litoral sul de sao paulo gostei mtu d sua história ahh o nome do meu avo éra assim vai q a gent é parente?? bjuss de todos de cananeia xauuuuuuuuuu...!!! [:D]

  16. Alexandre Nagado @ 21 Jun, 2008 : 21:40
    Valéria e Amanda, que coincidência as mensagens que vocês mandaram. Escrevam pra mim e vamos descobrir se temos parentesco. nagado@nagado.com

  17. Dario @ 25 Jun, 2008 : 09:50
    Parabéns pela brilhante história e carreira idem. Legal te encontrar aqui. Grande abraço!

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