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  Conte sua históriaAlexandre Nagado › Minha história

Alexandre Nagado

São Paulo
53 anos, quadrinhista, desenhista e redator

Crescendo com mangás, animês e heróis japoneses


Desde criança, gostava da maioria dos desenhos e seriados japoneses que passavam na TV. Num primeiro momento, eram "Speed Racer" (que só depois descobri ser uma produção japonesa), "Super Dínamo" (onde o herói Mitsuo vivia comendo “bolinhos de arroz”), "A princesa e o cavaleiro" e outros. E havia os seriados com atores, como "Ultraman", "Ultra Seven" e "Robô Gigante", que eram os meus favoritos. Neles, eu podia ver ruas, escolas e pessoas, mais ou menos como devia ser no Japão de verdade (sem os monstros gigantes, claro). Na TV, eu também assistia ao "Imagens do Japão" e ao "Japan Pop Show", programas divertidos que traziam a cultura japonesa para dentro de casa. Na música, o J-pop (pop-rock japonês) e as anime songs (músicas dos seriados) sempre me atraíram, mesmo que eu não entendesse uma única palavra na época.

Lá nos distantes anos 70 e começo dos 80, eu tentava desenhar meus heróis de infância, a maioria japoneses, sentado em frente à TV. Antes do videocassete, e sem fotos de referência, eu ficava assistindo aos seriados e tentando copiar detalhes e formas, especialmente monstros e heróis. Sem dúvida, isso me estimulava a desenhar – e rápido. Em 1986, aos 15 anos, fui estudar desenho com o professor Ismael dos Santos, do Núcleo de Arte, pensando em criar meus próprios personagens e gibis. Aprendendo desde cedo a dificuldade de se trabalhar com quadrinhos no Brasil, fui diversificando meu trabalho para não depender do inconstante mercado editorial daqui. Ainda assim, consegui me tornar desenhista profissional e cheguei a publicar ilustrações e quadrinhos em estilo mangá diversas vezes.

No início da década de 1990, escrevi histórias em quadrinhos licenciadas sobre heróis de diversos seriados japoneses, como "Changeman", "Sharivan", "Flashman", "Goggle V" e outros. Teve também a revista Street Fighter, com personagens de um famoso game japonês. E criei alguns personagens com fortes influências pop japonesas, como Blue Fighter, Dani e Amigos da Água, um projeto institucional. Acabei me tornando também um pesquisador dessa área de personagens japoneses, por conta de minha grande curiosidade em conhecer os bastidores da produção dos seriados que tanto curtia. Meio sem querer, comecei a escrever sobre filmes de monstros japoneses e aos poucos fui ampliando o leque, ajudando a criar uma imprensa especializada nesse tipo de universo.

Como redator, escrevi sobre alguns dos diversos aspectos da cultura pop japonesa, como mangá (quadrinhos), animê (desenhos animados), tokusatsu (os filmes e seriados com efeitos especiais) e música. Apesar de não ser restrito a essa indústria de consumo jovem, o meu foco principal e motivo de vários convites para publicações sempre foi ligado a personagens japoneses. De 1993 para cá, foram tantas matérias escritas que parte do material foi compilado num livro, o "Almanaque da Cultura Pop Japonesa". (Se quiser saber mais sobre esse livro e sobre meu trabalho, veja meu site: www.nagado.com )

Com o consumo cada vez maior de elementos da cultura pop japonesa, como mangás, games, animês, seriados e músicas, uma parte do Japão se incorpora na vida de muita gente aqui no Brasil, independente de ascendência. De certa forma, me sinto parte disso tudo. Totalmente brasileiro, mas com uma forte ligação com o Japão. Afinal, mesmo tendo essa ligação sido construída fora de tradições, se meus avós não tivessem saído de Okinawa na primeira metade do século passado, eu não estaria aqui.


Enviada em: 11/10/2007 | Última modificação: 01/11/2007
 
As boas histórias do meu avô »

 

Comentários

  1. Enivaldo Pires @ 19 Out, 2007 : 09:26
    Meu grande camarada e ex-professor de Mangá, Ale Nagado: Nada mais justo do que esta homenagem a quem tanto trabalha em prol da divulgação da cultura japonesa. Foi bom conhecer um pouco da sua história e tenho certeza que os seus antepassados, estejam onde estiver, estão muito orgulhosos de você. Um grande abraço!

  2. Ale Sakai @ 20 Out, 2007 : 23:09
    Nagadossan, Muito bacana a sua história aqui no site. Parabéns!

  3. Alexandre Nagado @ 29 Out, 2007 : 19:33
    Obrigado pela visita e pelo apoio, Enivaldo-san e Sakai-san! Depois quero ler suas histórias também.

  4. Lu @ 1 Nov, 2007 : 13:41
    Alexandre, supresa te ver! Preciso escrever meu nome inteiro senão não irá me reconhecer: Maria de Lourdes Uema Yokoya, estou em Nagano há 15 anos. Lembrou? Saudades de todos vocês. Veja minha foto e parte do meu trabalho no blog http://mariayokoya.blog.ipcdigital.com/?cat=1 Beijos

  5. Alexandre Nagado @ 1 Nov, 2007 : 15:15
    Olá, claro que lembro! Estávamos no seu casamento. Que legal saber mais sobre seu trabalho. Minha mãe vai ficar contente em ter notícias suas. Vou passar seu e-mail pra ela. Grande abraço a todos aí!

  6. Robinson Oliveira @ 2 Nov, 2007 : 23:47
    E aí meu amigo. Beleza? Legal este espaço da Abril.com relacionado ao centenário da Imigração Japonesa. Você fez um pequeno resumo de sua vida. Está de parabéns. Seguindo a M-78 com ULTRASEVEN. hehehe...

  7. RMax @ 4 Nov, 2007 : 13:21
    Nossa, que bacana, esse espaço está gerando encontros entre parentes. Muito legal. Ah, Alexandre, só para te lembrar o Reino Uchinan foi incorporado ao império japonês em 1868, século XIX, apesar de este ter o controle extra-oficial do território desde muito antes.

  8. Alexandre Nagado @ 5 Nov, 2007 : 10:42
    Você tem razão, eu me equivoquei ao citar o século. Se foi em 1868, então é século XIX, e não XVIII. Já corrigi no texto original. O território que viria a ser chamado Okinawa era mesmo controlado pelo Império Japonês desde que foi anexado no século XVI. Mas nessa época, não era considerado província e sim um território do império. Como província mesmo, ou seja, com seus cidadãos sendo chamados de japoneses, a História do arquipélago é bem recente mesmo. Obrigado pelo toque!

  9. Sílvio Sano @ 4 Jan, 2008 : 10:22
    É muito bom ver que os resultados das somas de curiosidade e atenção com muita aplicação em ações afins dão em pessoas como o Alexandre. Ganha ele e ganhamos nós. Desde a convivência com diitian Mauro até a entrada, "sem querer", como crítico de cinema, mesmo que específico, foram conquistas atreladas ao sangue que lhe corre nas veias, além da formação de berço imigrante, de luta incessante, com certeza. Hoje é uma referência no mangá nacional. Parabéns, Alê!

  10. Alexandre Nagado @ 5 Jan, 2008 : 10:38
    Obrigado pelas palavras generosas, Silvio. Assim vou ficar mal acostumado, ah ah. :-) Acho que o sentimento de "não desistir" e "ir até o fim" foi algo que acabou sendo incorporado, sem que eu percebesse. Sem isso, eu já teria desistido da carreira. E continuo na batalha, como sempre. Abraços!!!

  11. Izidório @ 21 Fev, 2008 : 14:00
    Nagado, até hoje seu "Almanaque da Cultura Pop Japonesa" ainda é referência no assunto, principalmente porque explora a música japonesa muito além do trivial para os brasileiros (leia-se: Músicas de anime e tokusatsu) e muitos acabam com a curiosidade de pesquisar e ouvir mais, por exemplo, eu sou um grande apreciador da ótima banda Anzen Chitai. E continuei pesquisando, até conhecer outros artistas de J-pop mais antigo (anos 80, como Nakamori Akina, Matsuda Seiko, Shibugakitai, Ishikawa Hidemi, Ishii Akemi e Bakufu Slump; e anos 70 como os grupos Alice, Candies e Kaguyahime, e cantores do porte de Sawada Kenji, Saijo Hideki, Sakurada Junko, Ota Hiromi e tantos outros) O "Almanaque" terá uma reedição ou uma atualização em planejamento?

  12. Alexandre Nagado @ 22 Fev, 2008 : 01:28
    Olá, Izidório. Por enquanto, não há previsão para um segundo volume do Almanaque. Mais pra frente, quem sabe... Valeu a força! Abraços!

  13. Rita de Cássia Arruda @ 9 Abr, 2008 : 23:36
    Alexandre: Deliciosas as histórias que você compartilhou aqui conosco. Parabéns e obrigada por dividir com os demais depoentes e internautas essas maravilhosas memórias de sua infância e juventude. Quando meu irmão André voltou do Japão, me trouxe de presente um Mangá, que eu havia pedido - uma vez que sempre tive curiosidade de saber de que forma era retratada a História em Quadrinhos japonesa - e embora eu não entenda rigorosamente nada do que ali está escrito guardo com carinho a preciosa "relíquia". Assim como você, eu também via muito "Speed Racer" na TV, quando criança. Adorava o desenho animado. Quanto ao Jaspion, tem uma história engraçada sobre o personagem. Certa vez, preparei uma festa de aniversário para o Gabriel, meu primo e afilhado, então com 5 anos de idade, e esse era o tema da festa. Na segunda-feira, coloquei no carro os enormes bonecos alugados, para devolver na loja de festas, e as crianças dos outros carros acenavam para mim quando eu parava no sinal ou passava por elas no trânsito. Os adultos riam; achavam engraçada aquela cena bizarra, mas tudo na boa, com muito bom humor. Parabéns pelo trabalho fantástico que você desenvolve, como desenhista. Um abraço.

  14. Valéria @ 21 Abr, 2008 : 15:39
    Olá, Alexandre! Li sua história e fiquei curiosa, pois meu bisavô se chamava Sheifo Uema e veio para o Brasil no Kasato Maru.Infelizmente, não sei quase nada sobre minha família japonesa. Um abraço e felicidades. Talvez sejamos parentes distantes. Quem sabe?

  15. amandinha @ 21 Jun, 2008 : 11:41
    meu nome é amanda tenho 13 anos moro em cananeia litoral sul de sao paulo gostei mtu d sua história ahh o nome do meu avo éra assim vai q a gent é parente?? bjuss de todos de cananeia xauuuuuuuuuu...!!! [:D]

  16. Alexandre Nagado @ 21 Jun, 2008 : 21:40
    Valéria e Amanda, que coincidência as mensagens que vocês mandaram. Escrevam pra mim e vamos descobrir se temos parentesco. nagado@nagado.com

  17. Dario @ 25 Jun, 2008 : 09:50
    Parabéns pela brilhante história e carreira idem. Legal te encontrar aqui. Grande abraço!

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