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Emilie Sugai

São Paulo / SP - Brasil
58 anos, coreógrafa e dançarina

De Hokkaido para Goiás


Meu nome é Emilie Takeushi Sugai e faço parte da terceira geração de imigrantes japoneses. Tenho mais três irmãos: o mais velho chama-se Hyron, depois vem a Julieta Yuri e a Geni. Convidei meu pai, Hyron Sugai, para me ajudar a contar como foi a vinda dos meus avós paternos para o Brasil. Depois falarei um pouco sobre a família da minha mãe, sobre a qual temos menos informações.

Meus bisavós paternos tinham uma fazenda de gado na ilha de Hokkaido, no Japão. Meu avô, Teiji Sugai, ajudava meu bisavô na fazenda. Então, quando ele veio para o Brasil, para fugir da crise econômica japonesa, foi encaminhado para Goiás para exercer essa atividade com os três irmãos. A carne que eles produziam lá era fornecida para o quartel do exército local. Ele chegou na segunda leva de imigração japonesa, que viajou no navio Ryojun-Maru, em 1910 (veja os vídeos que mostram detalhes sobre a história da família de Emilie).

Minha avó, Fumiko Sugai, veio alguns anos depois, como turista. Filha de um famoso jornalista japonês, ela foi para a Primeira Aliança, em Mirandópolis. Mais tarde conheceu meu avô. Ela trabalhou primeiro como linotipista, porque tinha conhecimento dos caracteres japoneses. Depois se mudou para Pinheiros. Foi fundadora da escola Lar das Crianças, na década de 1950. A escola foi bem importante para a comunidade japonesa porque levava aos descendentes o aprendizado da língua e da cultura japonesa. Funcionou até ela adoecer e depois meu pai usou durante algum tempo como academia de artes marciais. Hoje está desativada.

Além da escola, minha avó Fumiko também preparava as noivas para o casamento, dando orientações gerais de comportamento.

Minha mãe, Aiako Takeuchi, veio com 11 anos para a cidade de Suzano, no interior de São Paulo, onde minha avó materna, Kimii Takeuchi, tinha um sítio com plantação de batatas, depois morangos e, finalmente, flores. Foram eles que introduziram o cultivo de morangos e de flores em Suzano. Kimii viveu até os 96 anos. Minha mãe é professora de Ikebana e deu aula no Lar das Crianças, onde meus pais se conheceram. Casaram em 1959, no estilo ocidental. Depois do casamento dos meus pais, meu tio, irmão do meu pai, que morava no Brasil, foi apresentado à minha tia, japonesa, por “miai”. Eles trocaram cartas e fotografias até o dia em que ela veio para o casamento.

Depoimento à jornalista Juliana Almeida
Fotos: Everton Ballardin e arquivo pessoal de Emilie Sugai
Vídeos e áudios: Estilingue Filmes


Enviada em: 26/10/2007 | Última modificação: 31/10/2007
 
« Infância e adolescência

 

Comentários

  1. miriam hirata karassawa @ 28 Nov, 2007 : 02:34
    Já tinha lido o seu depoimento, despertando uma grande curiosidade em conhecer o seu trabalho. Coisas do acaso!!! a conheci na Fundação Japão, no curso de Christine Greiner. Fui apresentada a vc pela Akiko. Quando acontecer alguma apresentação, por favor avise-me ok. Fico no aguardo. bjs

  2. Emilie Sugai @ 6 Dez, 2007 : 12:21
    Olá, Miriam ano que vem estarei com dois trabalhos: estreando meu novo solo inspirado na peça de teatro Nô "HAGOROMO" de Zeami; e participando do teatro-dança de Antunes Filho "Foi Carmen Miranda", que homenageia o mestre de dança butoh Kazuo Ohno. Os dois trabalhos serão apresentados meados de fevereiro/março de 2008, mas no momento não tenho a definição das datas. Avisarei-a oportunamente. bjs

  3. [um amigo] @ 11 Mar, 2008 : 03:29
    Emilie: Paz, Felicidades, Excelência em projetos vindouros e... [Lua silencia / Ao som de mares intensos / Ondas não se quebram.] Lembranças!

  4. Renato Yassuda @ 12 Mar, 2008 : 14:56
    Prezada Emilie; Parabéns pelos depoimentos e obrigado por compartilhar suas impressões conosco. Pelo conteúdo deles, parece que você encontrou e percorre seu caminho com bastante satisfação e sucesso. Um fato interessante é que nos descendentes de japoneses temos uma certa dificuldade em nos definirmos quanto a nós mesmos. Parece que durante muito tempo existe um duelo para definir o que somos. Somente quando entendemos e aceitamos o fato inquestionável que somos brasileiros, com um espírito japones é que a tranquilidade e a harmonia passam a existir. Existem infelizmente algumas ocasiões que nos cobram por esperar comportamentos japoneses, o que não somos.Por outro lado, como brasileiros esperam de nós reações típicas de japoneses, o que, mais uma vez não somos. Também admiro artes marciais e objetos como espadas japonesas (kataná), mas ao contrário dos que todos dizem, não tenho estes gostos somente por ser filho de japoneses e sim porque sou brasileiro e me identifico com valores como Honestidade, Coragem, Gratidão, Honra e Humanidade. Estes valores são comuns a diversos seres humanos e não a povos ou raças específicas. Divulgue sempre os bons valores para a humanidade. Atenciosamente; Renato Yassuda

  5. Mônica @ 16 Jun, 2008 : 16:43
    Belo depoimento Mi, gostei de saber mais da história de vocês. Parabéns por "Foi Carmen", estou orgulhosa de ti. bj

  6. Pamela @ 25 Jun, 2008 : 13:10
    Ola',Emilie. Vi fotos de espetaculos seus e me interessei. Gostaria de saber se voce vira ao Japao ate outubro do ano que vem? Abracos

  7. Patricia @ 28 Jul, 2008 : 12:26
    Caríssima Emile, assisti neste final de semana ao seu espetáculo Hagoromo, confesso que fiquei muito impressionada com seu talento, com a leveza e, ao mesmo tempo, a intensidade dos seus movimentos. Façanha para poucos. A dança da deusa da Lua foi incrivelmente lunar, lindo, poético, sublime. Assisti a duas montagens dessa peça, dentre elas o Noh clássicão. A sua performance é criativa sem as histerias que as montagens contemporâneas costumam portar. É uma história muito importante para mim, que sou xintoísta. Parabéns, você é uma grande artista. Se você tiver um mailing list para divulgar seus trabalhos, por favor me adicione.

  8. ERICA MARQUES @ 7 Abr, 2010 : 12:00
    OLÁ EMILIE SAUDADES SE LEMBRA DE MIM AINDA ERICA DO TIMOL CREIO QUE SIM ADORO VOCÊ VC ME ENSINOU MUITAS COISAS SOU SUA FÃ VIU BEIJINHOS E ABRAÇOS BEM APERTADO AHH ESTOU MORANDO EM UBERLANDIA PERTINHO DE GOIAS QUANDO PASSAR POR AQUI ME AVISA PARA ME FAZER UMA VISITA ERICAMARQUESSOARES@HOTMAIL.COM ME ADD ORKUT ERICA MARQUES E LUIZ PAULO BEIJOS

  9. Pedro Sugai @ 26 Nov, 2010 : 19:16
    nossa q medo achu q tenho um avo com o nome teiji sugai msm q a minha vó tava falando pra mim =O. e minha vó morava em maua na época da adolescencia do meu pai e depois foi para santos com meu avo.Conhecidencia. . .

  10. Pedro Sugai @ 26 Nov, 2010 : 19:16
    talvez sejamos parentes =D

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