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Luís Yukio Kusano

Taubaté (SP)
81 anos, empresário

Dúvida: retornar ou não ao Japão?


Até hoje minha esposa reclama porque eu a trouxe para o Brasil. Ela não queria vir. Eu a conheci quando tinha 18 anos, ela trabalhava em um escritório em Tóquio, como contadora. Disse a ela que ficaria até completar 30 anos, mas não foi isso que aconteceu.

Várias vezes eu pensei em voltar a morar no Japão. Minha esposa insistia muito. Em 1968, decidi largar tudo e voltar. Vendi minhas propriedades, mas aí minha esposa descobriu que estava grávida e desistimos. Não aceitavam mulheres grávidas no navio.

Em 1977, retornei sozinho pela primeira vez ao Japão. Estava frio e eu havia me esquecido de como era passar frio. Visitei minha terra natal, Iwaki, e reencontrei meus parentes. Mas, em poucos dias, já sentia saudades do Brasil.

Em 1992 e 1993, morei em Nagóia, no Japão, para trabalhar como intérprete. Em 1995, minha esposa pediu para voltarmos definitivamente para o Japão e eu disse que, não voltaríamos mais. Disse a ela que tinha montado a base da minha vida aqui, que não temos amigos no Japão. Meus melhores amigos são os japoneses que vivem aqui no Brasil.

Tenho quatro filhos: Akemi, Sayuri, Eduardo e Marie. O curioso é que meus quatro filhos são brasileiros, mas somente uma filha mora no Brasil, a Marie. Os outros vivem como dekasseguis, no Japão.

Hoje moro em Taubaté (SP) e trabalho bastante em minha oficina de carros para depois me aposentar. Quero passar o dia cuidando do jardim e viajar muito. Quando meus filhos eram pequenos, sempre levava a família para acampar. Hoje sonho em conhecer Machu Pichu, no Peru, a Patagônia, no Chile, e ir passear novamente no Canadá e no
Japão.


Enviada em: 24/01/2008 | Última modificação: 10/03/2008
 
Tédio no navio »

 

Comentários

  1. Elisa K. @ 6 Mai, 2008 : 15:41
    Sr. Kusano, fico feliz ao saber que o saldo destas idas e vindas que o destino lhe reservou, tenha resultado nessa estabilidade que lhe permite gozar dos elementos mais simples da vida, como a jardinagem e eventuais viagens. Foi necessário percorrer milhares de quilômetros nessas andanças, para concluir que a felicidade estava tão próxima: o afeto de amigos e familiares. Um bem que não conhece país. Abraços, Elisa.

  2. Yamato King @ 20 Mai, 2008 : 22:16
    ...Historia muito comovente a de Vossa Pessoa!

  3. Mariana C. @ 15 Abr, 2009 : 11:10
    Sr. Kusano, achei muito interessante a sua história e de sua família, fico feliz que o senhor as tenha compartilhado. Felicidades! :)

  4. mario katsuhiko kimura @ 15 Abr, 2009 : 20:18
    Kusano-sam, Parabens pelas narrativas. Vejo que a crise é ciclica, meus pais vieram em face da crise da primeira guerra e depressão do EUA, o senhor em razão da crise em decorrencia da segunda guerra, de certo ocorrerá outras imigrações em face da atual crise. Saude, paz e sucesso nos seus sonhos

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