tecnologia é fogo. Se bobearmos, podemos passar a vida inteira sem conviver com pessoas. Tudo, hoje em dia, se resolve pelo telefone ou pela internet, através de e-mails e visitas a sites. Foi assim que este blog surgiu: a partir de uma conversa no MSN, passando por uma intensa troca de e-mails e dois telefonemas.
Escrevo tudo isso, abrindo parênteses no tema deste blog, porque hoje, finalmente, conheci pessoalmente a Karen, que escreve o Blog da Redação (foi com ela que troquei e-mails incessantemente). E digo para vocês: a foto do blog não faz ...
Rafael, leitor deste blog, comentou em meu post anterior que precisamos parar de idealizar as coisas. Concordo plenamente, Rafael. Por isso, quando tive a oportunidade de fazer reportagens em vídeo sobre a cultura japonesa, eu dei pulos de alegria e realmente me envolvi com o trabalho. Se fosse alguns anos atrás, eu teria torcido um pouco o nariz (porque tinha aquela imagem caretinha do Japão) mas, como estou nesta jornada de ver se encontro o meu gene "Sr. Miyagui" e consigo pegar mosca com hashi, estudei, pesquisei e aprendi muito. Meus objetivos, além de fazer boas ...
Eu nunca viajei para o Japão. Posto isso, por mais que eu tenha ganho lápis bonitinhos, lapiseiras, borrachinhas e estojinho vermelho de divisórias da Hello Kitty (que fez sucesso na escola), eu sempre tive uma imagem do Japão bem quadradinha. Para mim, o Japão era um lugar extremamente formal onde eu iria tomar bronca por não estar sentada direito, sem me mexer muito, com a coluna ereta. E que eu praticamente seria obrigada a andar com as penas amarradinhas por um quimono e comer moti e missoshiro o dia inteiro. Imagine que eu iria ...
Escrevo neste blog às 2h14 da manhã de segunda-feira (31). Como ainda não fui dormir, digamos que ainda seja dia 30 para mim. Bom, este dia tem sido bastante diferente (só para exemplificar, até deixar o telefone de casa mudo eu consegui. Não me pergunte como). Estou fazendo a minha tradicional faxina da virada de ano desde sexta-feira mas hoje realmente "baixou" em mim a faxineira e estou aqui, numa velocidade nem tão rápida, mas constante, limpando minhas coisas.
Retirei sapatos que estavam me machucando (até os clogs holandeses estão indo embora), livros (muito mais ...
Esta semana, um amigo meu me contou que ele toma dois banhos de mar: um no dia 31 de dezembro e outro no dia 1o de janeiro. O primeiro, para limpar corpo, mente e espírito, tirar as energias negativas. O segundo, para que Iemanjá lhe recarregar as forças e que o ano que está começando seja melhor. Muitas culturas ao redor do mundo têm o costume de fazer uma grande faxina na casa para esperar o ano novo. Tirar tudo o que há de ruim, de velho, para dar espaço para a entrada do novo ...
Na verdade, eu não sou lá muito bonequeira (prefiro bichinhos de pelúcia). Não coleciono bonecas (se bem que minhas Barbies estão guardadinhas, sãs e salvas, em uma caixa no alto do guarda-roupa) e nunca pensei: "Ah, quando eu cescer quero ter o cabelo da cor do da Susie e o corpo da Barbie" (ou algo do gênero). Também nunca reclamei não existir uma amiga da Barbie que fosse oriental ou que ela namorasse um japinha. Para mim, estava bom do jeito que estava.
Acabei de receber uma mensagem no celular. Era um débito no meu cartão de crédito relativo à compra da minha Momoko. Quase dei saltos de alegria aqui na redação. Explico:
Descobri a Momoko dois meses atrás, numa dessas ocasiões em que, sem nada mais interessante para fazer, fiquei navegando na internet. Momoko é uma boneca, uma espécie de Barbie japonesa articulada, criada pela Petworks, uma empresa que, entre muitos projetos, desenvolve um software de envio de e-mails (é, vai entender). Ela começou como uma boneca indie, feita em número limitado, preço alto (entre ...
Dia de peru (as coxas são sempre minhas), farofa, fios de ovos, panetone, castanhas, nozes e passas. Papai Noel está aí e mais um ano vai-se indo. Troca de presentes, amigo secreto, barrigas estufadas com sobremesas bem açucaradas. Os avós quase dormindo no sofá. Brindes (guaraná para as crianças) e o Especial Roberto Carlos. Roupa nova ou engomadinha. Tias e primos que faz um ano que você não vê...
Japoneses não costumam comemorar o Natal, um feriado cristão. Mas por que não aproveitar a data (já que é feriado ...
São 2h14 da madrugada, acabei de ajudar um amigo com um roteiro e colocar o post anterior (sobre minha "mãe japonesa" no ar). Minha última refeição foi uma sopa de cebola às 18h40. Estou morrendo de fome! E isso me levou a pensar se a cozinha não nos faz todos um pouco mais mestiços ou mais japoneses ou menos brasileiros (ou qualquer que seja a raça). A namorada do meu irmão, por exemplo, impossível ser mais japonesa: para ela, não pode faltar arroz de jeito nenhum.
Quando eu era pequena, cismei que tinha uma mãe no Japão. Não que eu quisesse ter somente a tal mãe japonesa ao invés da minha mãe (que é gaúcha+italiana+austríaca de olhos verdes). Era algo mais engraçado: eu achava que tinha duas mães mesmo. Para ser tão japinha quanto eu era, eu devia (na minha cabeça) ter uma mãe japonesa.
Eu cresci e toda vez que o controle remoto esbarra na NHK (a emissora japonesa), a família inteira dá risada da minha cara. Porque sempre (sempre ...
Passei uma tarde em Greenwich, este ano. Cidadezinha superperto de Londres, toda fofa, Greenwich é conhecida pelo meridiano -- aquela linha imaginária que separa o oriente do ocidente. Quanto mais eu cresço e amadureço, reparo que esta linha não é nada imaginária. E que eu vivo cruzando-a, de um lado para o outro, o tempo todo. Afinal, eu sou mestiça! Metade paulista, metade gaúcha. Metade japa, metade italiana-austríaca e com um pezinho (tam. 34 e meio) no Oriente Médio. E é sobre isso que este blog irá tratar: como é estar com um pé cá e ...
Raquel Hoshino é mezzo japa, mezzo italiana. Jornalista, ariana e chefe escoteira, está atrás de seu "gene zen". Aquele pedacinho oriental perdido, suficiente para transformá-la numa pessoa iluminada e calma o suficiente para comer uma tigelinha de arroz, grão por grão, enquanto admira a paisagem de suas jornadas.