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Exame, 9/03/1988

A saga do trabalho

COORDENAÇÃO E EDIÇÃO: JOSÉ PAULO KUPFER

ESPECIAL: 80 anos da imigração japonesa

Museu Histórico da Imigração Japonesafoto5
Do esforço pioneiro dos plantadores de batata de Cotia, nos arredores da capital paulista

Oito décadas atrás, um japonês chamado Rio Mizuno - um aventureiro que reunia em sua personalidade muito de idealista e um pouco de velhaco - deu início a uma das mais extraordinárias experiências da história da imigração moderna: o transplante de japoneses para os trópicos sul-americanos, mais precisamente para algumas fazendas de café do Estado de São Paulo.

Ignorando não só a distância mas também as diferenças de língua e costumes entre os dois países, Mizuno apregoava que em poucos anos na colheita de café no Brasil era possível ficar rico e voltar para uma vida folgada no Japão. Os atrativos oferecidos por Mizuno não passavam de um grande e inconsistente sonho. Mas, sem a ilusão da riqueza, quem trocaria a terra natal por um país desconhecido no outro lado do planeta?

Importar asiáticos para trabalhar na lavoura brasileira era um tema freqüente no Congresso do final do Império e do início da República. Mais do que dúvidas, havia fortes preconceitos contra a imigração de representantes da raça amarela, tida então como "inferior" no mundo ocidental. A preferência dos fazendeiros da época era pelos italianos, que formaram uma grande corrente imigratória nas últimas décadas do século 19. O problema é que os italianos não se adaptavam facilmente ao sistema semi-escravagista dos barões do café. Tanto que milhares deles estabeleciam-se na cidade de São Paulo, voltavam para a Itália ou reemigravam para os Estados Unidos. A imigração italiana para o Brasil não foi um fracasso - o índice de permanência dos italianos ficou historicamente em 70% -, mas houve anos em que o balanço entre entrada e saída de italianos foi negativo. A solução para tocar as lavouras era trazer gente de mais longe.

Nas cidades japonesas do início do século 20, coalhadas de marginais sem oportunidade econômica no longo período de transição do feudalismo para o capitalismo, o sonho de ficar rico em outros países já vinha sendo perseguido desde 1868, quando a chamada Restauração Meiji pôs fim a dois séculos e meio de isolamento político e econômico do Japão. Milhares de japoneses foram tentar a sorte inicialmente no Havaí, depois nos Estados Unidos, na Austrália, no México e no Peru. Regra geral, deram-se muito mal. Nos Estados Unidos, por se sujeitarem a trabalhar por salários menores, acabaram sendo malvistos pelos sindicatos operários, que afinal conseguiram do governo a proibição da entrada de japoneses em 1908.

Quanto ao Brasil, não havia mais do que intenções vagas e conversas aleatórias. Em 1894, por exemplo, no relatório da missão oficial que chefiou no Brasil, o deputado Tadashi Nemoto admitiu que o Japão poderia enviar trabalhadores para o Estado de São Paulo, "onde extensas planícies garantiriam não só a construção de inúmeras cidades mas também uma vida estável e de alto padrão aos imigrantes..." A previsão de Nemoto só se confirmaria 40 anos mais tarde, quando os imigrantes japoneses já ocupavam em grande número cidades como Lins, Promissão, Cafelândia, Birigüi e Marília, no oeste paulista. Na virada do século, porém, o Brasil era uma hipótese remota no horizonte dos japoneses. Somente um aventureiro como Mizuno poderia dar-se ao trabalho de aliciar candidatos a uma viagem de 50 dias ao longo de 12 mil milhas marítimas.

Além de inventar a história da riqueza fácil, o pioneiro da imigração arranjou casamentos e constituiu "famílias artificiais" para enquadrar-se às regras do contrato com o cauteloso governador paulista Jorge Tibiriçá, que exigia pelo menos "três enxadas" por imigrante. Em seu esforço para inaugurar a ponte humana entre o Japão e o Brasil, Mizuno acabou recrutando uma heterogênea massa que compreendia desde soldados liberados pela guerra com a Rússia até pequenos comerciantes falidos e "gueixas do fim do mundo".

Pioneiros da última grande corrente migratória internacional organizada para o Brasil, os 781 japoneses que desembarcaram do cargueiro Kasato Maru no porto de Santos, a 18 de junho de 1908, foram recebidos com um misto de simpatia, curiosidade e espanto. O repórter J. Amândio Cabral, de O Correio Paulistano, observou, numa reportagem especial, que eles eram mais asseados e bem vestidos do que os habituais imigrantes italianos, conhecidos desde 1875. "A raça é diferente, mas não é inferior", concluiu o jornalista, convidando os leitores a não alimentar preconceitos contra os recém-chegados, que foram divididos em grupos e despachados de trem para seis grandes fazendas, quatro delas na região de Ribeirão Preto, "a capital do café". Aí, em pouco tempo, acabou a ilusão e teve início uma saga de trabalho, sacrifício, coragem e perseverança. Uma saga que está agora completando 80 anos.

Um desafio sem retorno

Raul Juniorcromo08 Chegado em 1917, Tomoo Handa trabalhou em jornais da “colônia”, pintou a vida dos imigrantes na lavoura e narrou sua história num livro de mais de 800 páginas, lançado em janeiro de 1988 em São Paulo

Eles vieram para a lavoura, mas entraram na onda da urbanização. Hoje a metade da população de origem japonesa mora em São Paulo.

Ao contrário do que se pensa, a história dos japoneses no Brasil, nos primeiros tempos, não foi bonita nem fácil, tampouco disciplinada. As memórias deixadas pelos pioneiros, em livros ou artigos nos "shinbum" de São Paulo, são ricas em pormenores sobre as dificuldades e privações dos primeiros anos. As coisas começaram tão mal, e foram tão duras e difíceis, que logo se formou o consenso de que a imigração japonesa era um grande equívoco, um fracasso absoluto.

No mais completo documento sobre a vida dos imigrantes japoneses no Brasil, escrito no final da década de 60 e somente agora publicado em português (O Imigrante Japonês, 826 páginas, T.A. Queiroz, São Paulo), o artista plástico Tomoo Handa, que chegou ao país com 11 anos em 1917, concluiu que um dos motivos do fracasso inicial da imigração foi exatamente a ilusão de que era possível fazer fortuna rápido na colheita do café. Tão logo perceberam o engodo, os imigrantes assumiram atitudes que iam da revolta ao desânimo.

Na fazenda Dumont, propriedade da família de Alberto Santos Dumont, em Ribeirão Preto, eles criaram tantos casos que foram expulsos ao cabo de dois meses. De outras fazendas, alguns saíam em fugas noturnas, prática iniciada pelos solteiros agregados às "famílias artificiais", e depois imitada por famílias inteiras, artificiais ou não. Calcula-se que, um ano após sua chegada, apenas um terço dos imigrantes permanecia no local do primeiro contrato de trabalho, geralmente fixado para 2 a 5 anos.

O "quilombo" dos japoneses foi inicialmente estabelecido na rua Conde de Sarzedas, no bairro da Liberdade, em São Paulo, que ao longo da história se transformou na maior cidade "japonesa" do Brasil. "Durante um certo período inicial de sua vida no Brasil, os imigrantes nipônicos se juntavam como folhas caídas pelo sopro do vento, e uniram-se uns aos outros, estabelecendo uma íntima cooperação mútua", escreveu Katsuzo Yamamoto em seu livro Toda Uma Vida no Brasil, editado em 1984 em São Paulo. Imigrante bem-sucedido, a ponto de empregar o ex-ministro Shigeaki Ueki numa de suas empresas, Yamamoto foi lenhador no vale do Ribeira, no sul paulista, onde muitos imigrantes se fixaram para cultivar arroz, banana e chá. Outros foram trabalhar no cais de Santos, alguns chegaram a tentar a sorte na Argentina, mas a maioria procurou arranjar espaço no território paulista, aceitando tanto biscates urbanos como empreitadas na zona rural. Em 1911, já havia hortas de japoneses nos arredores de São Paulo. Em Cotia, Mairiporã, Mogi das Cruzes, foram surgindo ranchos, cercas, pequenos desenhos verdes nas várzeas e encostas baldias, onde nunca ninguém havia plantado um pé de batatas. Com a paciência e a obstinação oriundas de uma cultura de 2 500 anos, os primeiros imigrantes fizeram da luta pela sobrevivência um exemplo de construção capitalista que até hoje continua dando frutos. Trabalho, poupança, aplicação técnica e senso mercadológico aliaram-se em pequenos núcleos próximos à capital para plantar tudo que fosse possível vender, um pouco cada dia.

É certo que os japoneses se dedicaram à horticultura porque esse é um tipo de lavoura que dá resultados a curto prazo, em áreas mínimas tocadas pela mão-de-obra familiar. Mas esse trabalho incipiente adquiriu uma envergadura imensurável. Tal história até hoje não foi contada. "Ainda está por se fazer um estudo sistemático da influência japonesa na transformação da agricultura em São Paulo, do preparo e trato do solo à experimentação agrícola; da criação de variedades mais econômicas à indústria de mudas e sementes; da organização de pequenos estabelecimentos agrícolas e granjas ao cooperativismo e comercialização dos produtos", disse num simpósio comemorativo dos 50 anos da imigração japonesa, em 1958, o professor de História Oracy Nogueira. Seu comentário permanece atual, pois ainda não foi feito um balanço da contribuição agrícola dos japoneses no Brasil. Isso acontece porque, desde o começo, eles sempre se movimentaram intensamente de um lugar para outro, trocando de lavoura conforme a região e de acordo com a demanda do mercado. Hoje há centenas de descendentes de japoneses trabalhando no cerrado ou no Nordeste - como a família de Kurichi Hirata, que planta melão em Juzeiro, na Bahia.

Essa mobilidade, semelhante à de gaúchos, mineiros e nordestinos que alargaram as fronteiras agrícolas do país em décadas passadas, foi acelerada pelas novas gerações. Em muitos casos, os imigrantes relegaram a segundo plano o projeto de enriquecer, colocando em primeiro lugar a idéia de ter um filho doutor. "Meu pai sempre dizia que, se nos deixasse dinheiro, nós poderíamos ser roubados, mas se nos desse estudo cada um se viraria", conta Fumio Watanabe, 51 anos, administrador do Centro de Treinamento de Produtores Rurais em Rolândia (PR). O velho Watanabe morreu há dez anos, deixando seis filhos formados e, de quebra, uma fazenda de 110 hectares.

Apesar das dificuldades para se medir o peso real dos agricultores japoneses na produção brasileira, é indiscutível que eles mostraram a viabilidade da exploração de pequenas porções de terra. O sucesso da horticultura praticada pelos imigrantes tem suas origens na tradição japonesa de criar lavouras rentáveis nas "testas de gato" da acidentada topografia do Japão.

Para que os japoneses dessem certo no Brasil, entretanto, não faltaram certos estímulos do governo de seu país. De todas as correntes migratórias internacionais para o Brasil, foram os japoneses que tiveram melhores cuidados do próprio governo. Enquanto foi financiada pelo governo paulista ou pelos próprios imigrantes, a imigração japonesa para o Brasil poderia ser caracterizada como hesitante e descontínua. Esse período, que marca a "fase experimental" da imigração, vai de 1908 a 1923 e trouxe para o Brasil não mais do que 30 mil pessoas.

A conquista do oeste paulista

Tão logo percebeu que as coisas não iam bem para os imigrantes jogados nas fazendas de café, o governo japonês passou a tomar medidas especiais. Assim, já na década de 10, dispunha-se de financiamentos para a implantação de colônias onde os imigrantes podiam comprar lotes a prazo. Esse tipo de empreendimento colonizador, conduzido localmente por intermediários que tinham bons contatos nos setores público e privado do Japão, tornou-se forte nas décadas de 20 e 30, quando as viagens dos imigrantes passaram a ser integralmente pagas pelo governo japonês. No período que corresponde à segunda onda da imigração japonesa, entre 1924 e 1940, entraram no Brasil cerca de 190 mil pessoas, a maioria das quais encontraria uma razoável base operacional em núcleos rurais e cidades do oeste paulista, ao longo das ferrovias que tentavam reproduzir a "conquista do oeste" dos Estados Unidos.

Em sua bagagem, os imigrantes trouxeram mudas e sementes incorporadas ao patrimônio botânico brasileiro - pimenta-do-reino, rami, tangerina poncã, pinheiro anão. Nessa corrente entraram também algumas graves doenças agrícolas. Em 1932, os japoneses introduziram no Brasil, em "cavalos" de citros, o pulgão preto, vetor da "tristeza", doença que destruiu 80% da citricultura brasileira na década de 40. Em 1957, a descoberta do cancro cítrico na região de Presidente Prudente (SP) foi também vinculada a material trazido por imigrantes oriundos do Japão.

O drama da II guerra mundial

A forte corrente migratória para o oeste paulista constituiu nesta região, na década de 30, cerca de 500 comunidades mais ligadas ao Japão do que ao Brasil, tanto por laços culturais como por ligações econômicas. O algodão e os fios de seda ali produzidos tinham mercado garantido no Japão, cuja indústria têxtil abalava a hegemonia dos ingleses e dos americanos no comércio internacional. A expansão econômica do Japão, combinada com as ambições imperialistas manifestadas na invasão e ocupação da Manchúria, transformou-se numa figura de retórica denominada "o perigo amarelo", logo detectado no Brasil. O comportamento etnocêntrico dos imigrantes nas cidades do oeste paulista foi um excelente pretexto para a inserção na Constituição brasileira de 1934, inspirada no nacionalismo peculiar do ditador Getúlio Vargas, de um artigo que restringia a imigração anual a apenas 2% da média dos últimos 50 anos. A lei cortou drasticamente a imigração japonesa, que foi minguando até estancar por completo em 1942, quando o Brasil entrou na II Guerra Mundial, tendo o Japão como inimigo.

De repente, a já próspera colônia japonesa do Brasil viu-se como hóspede indesejável do governo brasileiro, que expulsou diplomatas e funcionários de empresas japonesas, confiscou bens e congelou depósitos bancários de imigrantes, proibindo a circulação dos "shinbum" e o ensino de japonês nas escolas. Os imigrantes e seus descendentes somavam na época 300 mil pessoas. Na maior parte dos casos, eram "órfãos no exílio" esperando pelo fim da guerra e confiando na vitória do Japão.

O rompimento dos negócios com o Japão desencadeou problemas psicológicos e morais para os que mantinham vivo o "espírito japonês", baseado na fidelidade ao imperador. Uma das questões cruciais era saber se constituía falta de patriotismo ganhar dinheiro com a alta do fio da seda, quando se murmurava que agora o produto servia para a fabricação de pára-quedas dos exércitos aliados contra o Eixo. Outra dúvida: deviam os imigrantes atender à demanda de hortelã-pimenta, mesmo sabendo que o mentol servia como combustível dos aviões que jogavam bombas sobre os soldados japoneses?

Encerrado o conflito, muitos imigrantes não acreditaram na derrota. A colônia japonesa dividiu-se entre uma maioria de "vitoristas" (os que não admitiam a derrota) e uma minoria de "derrotistas" ou conformados. E entre eles eclodiu uma onda de fanatismo retardado que deu origem a organizações clandestinas, de caráter terrorista, como a Shindô Renmei (Liga do Caminho dos Súditos), inspiradora ou mandante de uma série de atentados contra líderes da corrente "derrotista ". Em seu livro sobre a vida dos imigrantes japoneses, Tomoo Handa sugere que esses movimentos, capazes de mobilizar 130 mil associados e de contar com a simpatia da maior parte da colônia, nasceram em parte de um sentimento de orfandade, desespero e revolta contra imigrantes bem situados que, desfrutando de posição e dinheiro, pareciam não querer mais saber do Japão. O certo é que 16 imigrantes "derrotistas" foram assassinados entre 1946 e 1947, entre eles o presidente da Cooperativa Agrícola de Bastos.

As feridas abertas pela guerra só começaram a fechar na década de 50, quando o reatamento das relações entre o Brasil e o Japão permitiu a retomada dos negócios, inclusive o fluxo de imigrantes. Havia outro espírito no ar. "A guerra abriu um lugar para o Brasil no coração do imigrante japonês", afirma Itiro Hirano, nissei de Paraguaçu Paulista, superintendente da indústria de autopeças Nakata, criada por uma família de imigrantes. A busca da integração - o novo objetivo dos imigrantes - traduziu-se em fatos como a eleição do primeiro deputado estadual nissei, Yokishigue Tamura, para a Assembléia de São Paulo, em 1951.

Junto com a terceira onda de imigração, a partir dos anos 50, o Brasil passou a receber também investimentos de capitais japoneses, que vieram participar da industrialização brasileira e, de certa forma, recuperar os elos da "colônia" com o Japão. O "milagre econômico" japonês, no início da década de 60, praticamente interrompeu o fluxo de imigrantes agrícolas para o Brasil. No início da década de 70, quando os investimentos japoneses alcançaram o auge no Brasil, a maioria dos imigrantes era constituída de técnicos em administração de empresas.

Relações complementares

Segundo um recenseamento realizado no ano passado, 110 mil imigrantes japoneses continuam vivendo no Brasil - em 80 anos, os registros da imigração contabilizam a entrada no Brasil de 250 mil pessoas. Entre eles, talvez sejam mais numerosos os pobres do que os ricos, mas a grande maioria faz parte da ampla classe média brasileira, na qual também se inclui a maioria dos quase 800 mil nisseis, sanseis, yonseis e gonseis - ou seja, os brasileiros de olhos puxados que representam a primeira, segunda, terceira e quarta geração de origem japonesa. Ao cabo de 80 anos, existe entre os dois países uma complexa afinidade que se nutre especialmente da recíproca necessidade de complementação. Se o Brasil é fonte de matérias-primas fundamentais para o Japão, este, de seu lado, é fornecedor de capital e tecnologia indispensáveis ao Brasil. Tal jogo de interesses tem hoje como intermediário o contingente de origem japonesa que representa 0,6% da população brasileira. O ex-deputado paulista Jihei Noda é um bom exemplo desse esforço de integração. Desde 1970 ele organiza viagens de imigrantes que voltam para rever a terra natal. Por conta de seu trabalho, São Paulo e Osaka tornaram-se "cidades irmãs". Este ano será criada a "irmandade" entre Santos e Okinawa.

Podem-se encontrar isseis, nisseis e sanseis - ou seja, imigrantes, seus filhos e netos - por todo o território brasileiro. Entretanto, a metade da população de origem japonesa - cerca de 450 mil pessoas - está concentrada na região metropolitana paulista, onde se dedica principalmente a atividades urbanas. A urbanização da sociedade brasileira tirou do campo boa parte de uma imigração predominantemente agrícola. Apesar disso e da participação ativa em todos os segmentos da atividade econômica nacional, a contribuição dos japoneses para o desenvolvimento da agricultura foi tão marcante que os brasileiros continuam acreditando que a maioria deles ainda permanece na lavoura. É uma crença que, como os difíceis primeiros tempos da imigração, está passando para a história.

Marcos da história das relações Brasil-Japão
(Número de imigrantes por ano)

  • 1895
    Abertura de relações diplomáticas
  • 1908
    Chegado dos primeiros imigrantes japoneses, subsidiados pelo governo paulista, para trabalhar em fazendas de café
  • 1910/20
    Fugidos das fazendas de café, instalam-se em São Paulo e arredores os primeiros japoneses
  • 1924
    Início de imigração financiada pelo governo japonês
  • 1927
    Fundada nos arredores de São Paulo a Cooperativa dos Plantadores de Batata, futura Coopercotia
  • 1934
    A nova Constituição do Brasil limita drasticamente a entrada de imigrantes no país. Nessa época, há cerca de 500 "colônias" japonesas no interior brasileiro, especialmente no oeste paulista
  • 1942
    O Brasil entra na II Guerra e rompe com o Japão
  • 1952
    Reatamento das relações Brasil-Japão
  • 1954/59
    Primeira onda de investimentos japoneses na indústria brasileira
  • 1964
    O "milagre" econômico japonês contém a emigração para o Brasil, agora limitada a técnicos em administração industrial
  • 1969/73
    Segunda onda de investimentos de capital japonês na Brasil
  • 1973/74
    Inicio da exploração agrícola do cerrado brasileiro com financiamento japonês

Uma página da história da imigração japonesa

Museu Histórico da Imigração Japonesa
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Museu Histórico da Imigração Japonesa
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Museu Histórico da Imigração Japonesa
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Museu Histórico da Imigração Japonesa
memorias

O Museu Histórico da Imigração Japonesa, fundada há dez anos no bairro da Liberdade, em São Paulo, guarda relíquias dos primeiros que chegaram no início do século. Na Hospedaria dos Imigrantes, em Santos, suas mochilas rústicas continham sementes, ferramentas agrícolas e roupas à européia, como a da família abaixo, que se fez fotografar na cidade de Santos, no dia da chegada. O navio ao lado desembarca imigrantes no década de 50. O trem abaixo faz a primeira viagem dos japoneses para o interior, após o desembarque em 1908.

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