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www.japao100.com.br, 27/06/2008

Nipo-brasileiros estão mais presentes no Norte e no Centro-Oeste do Brasil

Nara Bianconi

Publicação do IBGE traz artigos, mapas e distribuição geográfica dos nikkeis no Brasil de 1920 a 2000, que mostram que essa população tem presença significativa em quase todos os estados

Resistência & Integração
Residência de colono japonês em Matapi, Macapá (AP).

Passados cem anos da imigração japonesa, os nikkeis – japoneses e seus descendentes – ainda se concentram nos estados de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul, mas estão cada vez mais espalhados e presentes em outras regiões do país, principalmente no Norte e no Centro-Oeste

Os dados estão no livro “Resistência & Integração: 100 anos de imigração japonesa no Brasil”, lançado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 16 de junho.

Segundo a publicação, hoje, os 1.405.685 nikkeis brasileiros só não estão presentes em número significativo nos estados de Roraima e Alagoas.

Essa migração dos nipo-brasileiros para outras regiões do país começou na década de 1970. A região Norte (excluindo o estado do Pará) teve um salto na presença de nikkeis: de 2.341 japoneses e descendentes em 1960 (0,2% da população total da região, que era de 1,3 milhão de pessoas), para 54.161 em 2000 (0,8% do total de 6,7 milhões).

O estado da Bahia também viu a presença nikkei aumentar em seu território. Em 1960, eram apenas 582 nipo-brasileiros; em 2000, já havia 78.449 japoneses e descendentes, ou 0,6% da população do estado (de 13 milhões). Outra região que recebeu muitos nipo-brasileiros foi o Centro-Oeste: de 3.582 nikkeis (em 1960) para 66.119 (em 2000), ou 0,7% da população da região (de 9,5 milhões).

Os estados de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul ainda possuem as maiores populações de japoneses e descendentes do país, mas essa proporção vem diminuindo, provando que a população nipo-brasileira encontra-se geograficamente mais espalhada por todo o país (veja mais números na tabela).

Áreas Consideradas 1960 2000
População Brasileira População Nikkey População Brasileira População Nikkey
Absoluta Percentual Absoluta Percentual
Total 69.387.691 439.416 0,6% 167.909.995 1.405.685 0,8%
Norte (1) 1.380.091 2.341 0,2% 6.715.207 54.161 0,8%
Pará 1.526.325 2.592 0,2% 6.195.965 39.353 0,6%
Nordeste (2) 16.236.378 629 0,0% 34.696.719 147.112 0,4%
Bahia 5.910.429 582 0,0% 13.085.769 78.449 0,6%
Sudeste (3) 11.197.675 3.612 0,0% 21.117.838 84.076 0,4%
Rio de Janeiro 6.601.038 7.274 0,1% 14.392.105 63.470 0,4%
São Paulo 12.775.121 336.338 2,6% 37.035.456 693.495 1,9%
Sul (4) 7.479.906 1.261 0,0% 15.545.705 35.862 0,2%
Paraná 4.259.610 81.205 1,9% 9.564.642 143.588 1,5%
Centro-Oeste (5) 2.021.118 3.582 0,2% 9.560.589 66.119 0,7%
Mato Grosso do Sul 568.983 8.896 1,6% 2.078.069 29.805 1,4%
(1) Considerados os estados de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Amapá e Tocantins. (2) Considerados os estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. (3) Considerados os estados de Minas Gerais e Espírito Santo. (4) Considerados os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. (5) Considerados os estados de Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal. Em 1960, ofram realizados os desmembramentos dos estaos de Mato Grosso e de Goiás, retirando-se os municípios que vieram a compor, respectivamente, os estados de Mato Grosso do Sul, criado em 1977, e de Tocantins, criado em 1988. Em 1980, foi realizado o desmembramento do estado de Goiás.
Fonte: “Resistência & Integração: 100 a nos de imigração japonesa no Brasil” (IBGE, 2008)


Aspectos históricos

A obra “Resistência & Integração”, com quase 200 páginas e encadernação em capa dura, é rica em dados e imagens – muitas delas vindas dos arquivos pessoais de famílias de imigrantes.

O livro está dividido em quatro partes. Na primeira, um artigo de Kaori Kodama e Célia Sakurai conta a trajetória dos imigrantes, esmiuçando aspectos importantes que impulsionaram a vinda dos japoneses para o Brasil e sua adaptação aqui, deixando o leitor contextualizado para seguir na leitura do livro.

A segunda parte, elaborada por especialistas em demografia, mostra uma análise, baseada em dados quantitativos, que traça um perfil do povo japonês que migrou para o Brasil e de seus descendentes. Aspectos como longevidade, religião, educação, trabalho, fixação e migração dentro do país são expostos em gráficos e tabelas.

Na terceira parte, o enfoque fica por conta da imigração dos orientais para os estados do Rio de Janeiro e Paraná. E, por fim, na quarta e última seção, a obra aborda os processos de fixação e integração dessa população ao país

Curiosidades

O livro também traz informações curiosas e números da imigração japonesa no Brasil. Confira algumas curiosidades:

• Nos primeiros cinco anos de imigração japonesa para o Brasil, oito navios aportaram na cidade de Santos, no estado de São Paulo, trazendo mais de 10 mil imigrantes;

Ano em que chegou ao Brasil Nome do Navio Imigrantes Trazidos
1908 Kasato Maru 780
1910 Ryojun Maru 960
1912 Itsukushima Maru 1432
1912 Kanagawa Maru 1412
1913 Daí-no-unkai Maru 1506
1913 Wakasa Maru 1588
1913 Teikoku Maru 1946
1913 Wakasa Maru 1808
Fonte: “Resistência & Integração: 100 a nos de imigração japonesa no Brasil” (IBGE, 2008)

• Em 1920, o total de japoneses que viviam no Brasil era de pouco mais de 24 mil habitantes;

• Foi na década de 30 que chegaram ao Brasil o maior número de imigrantes vindos do Japão. Quase 80 mil nipônicos vieram para cá entre 1931 e 1940;

• Segundo a publicação, a população japonesa no Brasil, incluindo os naturalizados brasileiros, tem em sua maioria mais de 60 anos – o que evidencia o fim da imigração.

• Por outro lado, em 2000 houve aumento no número de crianças japonesas de 0 a 14 anos, apontando o retorno de dekasseguis que tiveram filhos durante suas estadias no Japão, para o país.

SERVIÇO

“Resistência & Integração – 100 anos de imigração japonesa no Brasil”

Editora IBGE

Valor: R$ 100

www.ibge.gov.br

 
 

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