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Karina Yamamoto

São Paulo
49 anos, jornalista

Presente de japonês


Sou mestiça, matogrossense por parte de mãe e japonesa por parte de pai. A primeira coisa que aprendi sobre minha ascendência foi que meu pai não era japonês, era "filho de japoneses". Pode parecer sutil, mas como vim a aprender no decorrer dos anos, os japoneses são o povo das sutilezas. Criada num lar completamente ocidental - para vocês terem uma idéia, peixe cru para mim era uma idéia difícil de digerir até os 18 anos -, eu demorei muitos anos até identificar as minhas características de olhos puxados.

Quando eu tinha lá pelos 10 ou 11 anos, meu pai me disse uma vez que os japoneses não costumavam abrir os presentes logo ao ganharem, na frente daqueles que haviam dado o mimo. Na época, ele havia apenas me dito: "assim você não corre o risco de demonstrar decepção se não gostar, agradeça de coração e esse agradecimento será sincero". Eu realmente tomei aquele comentário como uma regra de conduta. Já adulta, num de meus aniversários, uma amiga bastante íntima veio me perguntar: "Poxa, kazinha, você nem deu bola para o meu presente..." Eu rebati na hora: "Como assim? Eu adorei que você tenha tido esse carinho comigo!". Nesse momento, uma ficha caiu.

Aquela regra que meu pai me ensinara me fazia educada somente para o público japa. Quase 20 anos depois eu percebi que devo ter passado por mal educada para muitos dos meus amigos. Hoje, eu tento me policiar para abrir o presente assim que ele chega nas minhas mãos. Mas confesso que, muitas vezes, eu preferiria seguir o hábito que meu pai me ensinou.


Enviada em: 11/10/2007 | Última modificação: 11/10/2007
 

 

Comentários

  1. vivivivivi @ 18 Out, 2007 : 17:44
    Olha só! Que barato! Eu sempre ouvi o contrário - que é falta de respeito não abrir o presente em frente à pessoa que te deu. As convenções de cada cultura... [fotos fofas!] bjos!

  2. Cris @ 18 Out, 2007 : 18:18
    Hahaha E não é que a amiga é essa que escreve agora?! Me reconheci, Kazinha, e fiquei feliz com a lembrança. Pois se você aprendeu algo, o mesmo aconteceu comigo. Não só descobri uma característica da cultura japonesa, como tive que reconhecer, mais uma vez, que é preciso um olhar mais generoso (e menos preconceituoso) sobre o outro. beijão

  3. Caioooooooooo @ 19 Out, 2007 : 15:26
    Karinaaaa muito boa a história... Mais lá em casa minha Mãe sempre ensinou a abrir os presentes na hora que eu recebia...porém eu nunca abria na hora, (e nem sou japonês) jogava o presnete na sala e ia brincar uhauhuha... Bejoo

  4. Taty @ 19 Out, 2007 : 16:39
    Pode crer, Ká! Essa história de abrir presente na frente dos outros já rendeu casa coisa lá em casa também!!! rs

  5. Cajuzim @ 22 Out, 2007 : 17:12
    Nossa, Ka! Eu não aguentaria... sou muito curiosa para deixar os presentes para depois.. heheh... beijim,

  6. nelsonsinzato@brturbo.com.br @ 11 Jul, 2008 : 19:40
    Prezada Karina essa história por você relatada tem mesmo o fundo de realidade, mas, para mim não constituia problema, pois minha mãe usava da versatilidade, quando quem dava o presente era japonês ela orientava a não abrir na hora e inversamente, quando o presenteador não era japonês. Mas, aproveitando a oportunidade permita-me relatar um outro aspecto da cultura japonesa. Cresci na zona rural de Dracena, onde existia o Kaikan (Associaçao de Japoneses) e era de costume substituir o presente por donativo em dinheiro. Então colocava-se o dinheiro num envolope com o nome do presenteador na escrita japonesa e era oferecido ao homenageado. Acho isso não muito elegante, porém muito prático, pois evitava-se fazer investimento comprando um presente poucas vezes de agrado do presenteado. Parece que agora já começa a surgir imitações desse costume. Já existem lojas que em ocasiões festivas oferecem cartões com valor estipulado, para que os próprios presenteados escolham o presente.

  7. Rad @ 23 Mar, 2009 : 14:29
    Vc é uma jornalista do carilho !

  8. Karina Yamamoto @ 8 Abr, 2010 : 12:25
    Boa tarde! Meu nome é Flávia de Oliveira Carvalho só entrei no site para procurar um pessoa que fez parte da minha juventude! Morei em Carajas (PA) e entre os anos 80 e 90 conheci um rapaz chamado Jun Moto (não tenho certeza do sobrenome dele!!). Nós o chamavamos dessa maneira. Ele foi estagiário da CVRD (VAle do Rio Doce). Dos pais dele só sei que o pai era japonês e a mãe brasileira, ele era muito alto de olhos verdes . Morava em Belem (PA). E a ultima notícia que tive dele é de que estava trabalhando como aviador. Em momentos vagos DJ's! Qualque notícia eu agradeceria muito a você. flaviacavalc@yahoo.com.br Busca: colônia japonesa de Belém no Pará

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