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3 Mar, 2008

Concurso de miss

Ewerthon Tobace

Este final de semana dei um mergulho de cabeça na comunidade brasileira.

Passei o sábado no conjunto habitacional (danchi) Homi (leia-se Romi), em Toyota, na província de Aichi, e no domingo fiquei o dia todo no Miss Brasil Japão, na cidade de Nagoya. Conversei bastante com os brasileiros, ouvi suas queixas, seus sonhos, suas histórias. Conheci batalhadores, que buscam um cantinho embaixo do famoso sol nascente e lutam para serem aceitos pela sociedade japonesa.

O Homi Danchi é um dos conjuntos mais famosos do Japão, quando o assunto é comunidade brasileira. Houve uma época negra, em que grupos de jovens brasileiros brigavam com grupos japoneses. O clima era quente. Quase todos os dias a polícia aparecia no lugar para resolver algum problema ou prender um bando. O clima era tenso e os japoneses faziam campanha para que os brasileiros saíssem de lá.

Hoje, as coisas melhoram bastante. Posso dizer que o Homi está com outra cara. Muito mais colorido, mais organizado e as pessoas felizes. Conversei com pouco mais de uma dúzia de brasileiros. Todos estão contentes com as mudanças. O que causou essa virada de mesa? Essa é uma boa pergunta...

Surgiram vários projetos comunitários. Ao mesmo tempo, como bem lembrou um morador, os bagunceiros saíram de lá ou cresceram. Ainda existem problemas, como em qualquer condomínio. Só no local são cerca de 10 mil moradores, dos quais perto de 4 mil brasileiros. Imagine a muvuca...

Hoje lá tem loja de produtos e supermercado brasileiro, inúmeros serviços (boleiras, cabeleireiros, manicure, eletricistas, babás etc.), academia, restaurante, bares etc. Tudo em potuguês. As placas também são traduzidas para nosso idioma. Enfim, as coisas parecem que caminham nos trilhos novamente.

Mas voltando ao assunto do meu mergulho na comunidade, no domingo fui assistir a um concurso de miss. Pouco mais de 60 garotas disputaram 20 vagas para a final do Miss Brasil Japão. Fiquei surpreso com o nível das candidatas. Esperava algo mais trivial, já que concurso de beleza é o que não falta por aqui. No dia anterior, foi realizado o tal do Miss Shizuoka. Mês que vem ainda tem mais um concurso: o Miss Nikkey Centenário. Sem contar os concurso de Garota alguma-coisa...

O legal disso tudo é que muitas meninas acabam sendo descobertas por agências de modelo japonesas. Há vários exemplos (vou contar ainda aqui uma destas histórias). E domingo, ao conversar com algumas das que foram selecionadas, percebi que elas querem algo mais do que a fábrica. Sonham com uma carreira cheia de glamour e querem ter o nome reconhecido.

Confesso que fiquei contente com tudo o que vi e ouvi. Percebi que a comunidade não está assim tão acomodada quanto pintam por aí. As pessoas estão se movimentando, e o que é melhor: para frente!

 

 

Postado por Ewerthon Tobace | 4 comentários

Comentários

  1. Paulo (Plurality) @ 4 Mar, 2008 : 11:02
    Deveras frustrante saber o quão perto estivemos daquele nosso café e eu não consegui aparecer. Mas oportunidades não faltarão! Gosto do Homi, principalmente de caminhar entre os prédios durante o dia, no verão. A gente escuta aquele chiado da panela de pressão, música brasileira saindo de algum apartamento, dá aquela sensação de Brasil.

  2. Angélica @ 4 Mar, 2008 : 12:04
    Vc siempre trabajando mucho y recorriendo lugares, me hace recordar a mi misma hace algún tiempo. Por lo menos de lo poco que he visto la comunidad brasilera está bastante organizada por allá, y lo mejor es que no pierden la chispa de la vida. Besos

  3. Shi @ 4 Mar, 2008 : 17:55
    Oi, vc tbem tah aqui!!! Que bacana!!! Eu nao sabia... Vou ler tudinho depois comento mais!!! Bjs

  4. Karina Almeida @ 5 Mar, 2008 : 05:35
    acho legal saber que as meninas tem sonhos alem da fabrica. por outro lado, acho preocupante esses concursos de beleza daqui. como voce citou sao muuuuuuitos e muitas meninas vivem uma ilusao. querem ser a gisele budnchen, mas nao estudam ingles, nao estudam japones, as vezes nao estudam nada mesmo, e apostam apenas nestes concursos. como toda profissao, a de modelo tambem exige preparo, dedicacao... e a impressao que eu tenho eh de que isso eh muito raro por aqui. tem excecoes, claro! mas acho que a maioria nao tem preparo algum :(

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Perfil

Ewerthon Tobace, jornalista, 31 anos. Um dia, meu avô resolveu enfrentar o desconhecido. Chegou ao Brasil de mala e cuia, sem falar a língua. Agora, faço o caminho inverso e, a cada dia, descubro os fascínios da ‘terra do sol nascente’. Moro no Japão desde 2001 e trabalho na mídia étnica com foco na comunidade brasileira.
 



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