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Nádia Sayuri Kaku

São Paulo / SP - Brasil
37 anos, Estudante

Nomes de “japonês”


Quem nunca ouviu falar que alguns nomes, como “Francisco”, parecem nomes de velho? Não sei, acredito que é porque na minha geração, ou na geração de pessoas que fazem alguma observação desse tipo, certos nomes não são muito comuns, por isso a impressão de “antigos”.

Acho que quando o assunto é nomes japoneses, esse fenômeno também ocorre. Recebi um e-mail alguns anos atrás que listava várias coisas que os nikkeis tinham em comum. Uma delas era o fato de ter em sua família primos ou tios com os nomes Rosa, Tereza, Alice, Jorge, Paulo ou Luiz. Qualquer um que ver minha árvore genealógica pode reparar que esses nomes aparecem mais de uma vez. E eu, como Sayuri, já cansei se encontrar xarás. Há muitas mais Sayuris no mundo do que Nádias.

Qual a razão de tantas coincidências? Talvez seja a mesma de qualquer outro nome de qualquer outra nacionalidade: homenagens, tradições, nomes famosos. As Michikos que estão por aí, provavelmente, se chamam assim por causa da imperatriz. Como eu posso apostar que muitas Aikos que irão por vir são uma homenagem à pequena princesinha nipônica.

Uma outra razão que eu descobri para isso vem da cidadezinha em que a minha mãe nasceu, Itariri, no Vale do Ribeira Paulista. Quando os filhos nasciam, é óbvio que a primeira decisão da família era registrá-lo com um nome japonês.

Porém, na época da Segunda Guerra, foi proibido o registro de pessoas só com nomes japoneses. Então, no cartório, os pais tinham que escolher um nome “brasileiro” na hora. Acontece que o homem que trabalhava lá na época se chamava José Luiz de Jorge. E não deu outra: vinha um menino e era registrado como José; o segundo, Luiz; o terceiro, Jorge. E assim sucessivamente

Só há um caso que a minha mãe se recorda que foi uma exceção. Era uma colega dela, que se chamava Mayumi. Sem nomes brasileiros. Como ela conseguiu tal proeza? O pai, ao registrar a filha no cartório, conseguiu convencer o tabelião que “Mayumi” era um nome francês. E não é que ele acreditou?


Enviada em: 17/10/2007 | Última modificação: 29/02/2008
 
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Comentários

  1. Luiz Fukushiro @ 17 Out, 2007 : 18:02
    eu conheci diversas harumis. duas delas eram harumi tanaka. e não eram parentes.

  2. Johnny @ 17 Out, 2007 : 18:11
    Eu também conheci algumas Harumis...mas eu não sabia que era proibido antigamente registrar só com nome japonês....mas Mayumi francês, hilário..shuuahsuhausha

  3. Sílvio Sano @ 27 Dez, 2007 : 18:11
    O seu texto sobre os nomes mais comuns adotados pela comunidade nikkei no Brasil, remeteu-me a alguns casos curiosos tb para a escolha dos nomes japoneses, influência da cultura ancestral. Um deles é pela ordem de nascimento, como Kazuo (1º homem), Jiro (2º homem), Mitsuo (3º homem) ou Kazushi (4ª paz, por coincidência, meu nome, mas que devido aos caracteres japoneses que o compõe, leva a esse significado - e, na verdade, sou o 4º homem dentre sete, homens e mulheres). Mas o do meu "nissan" (irmão mais velho) é tb interessante: Jorge Tsuneharu. O nome japonês dele tem também outra leitura, naquela língua: Jooji. Ou seja, Jorge "Jooji". Para mim, não foi sem querer que o meu pai, assim, o nominou.

  4. Karen @ 8 Jan, 2008 : 13:08
    Oi Nádia, gostei muito do seu perfil. Achei muito interessante a história das cartas - no dia que você conseguir lê-las, acho que irá ter descobertas muito bacanas. E espero que conte pra gente!

  5. Renzo Morishi-ta @ 14 Jan, 2008 : 08:20
    Belo relato o seu em "Japão ao vivo, a cores e com sons". Muito bem redigido!

  6. Renzo Morishi-ta @ 14 Jan, 2008 : 08:24
    A história que você contou em "Nomes de “japonês”" eu não conhecia. Que abuso de poder, de violência, de arbitrariedades contra os direitos de uma família poder escolher os nomes de seus filhos. O que os japoneses não tiveram que passar!

  7. Norika @ 19 Jan, 2008 : 22:16
    Olá Nadia.Gostei muito dos seus textos.Gostei da procura das nossas raízes.Vou acrescentar mais uma curiosodade sobre nomes japoneses.Na minha época (pós guerra)e talvez só na minha cidade (Pompéia),quando se registravam meninas, os nomes deveriam terminar com a vogal a (fem).Daí o meu nome Norika, minha irmã Kazuka e assim por diante.Mais um absurdo que o Renzo não conhecia.Absurdos que nossos pais tiveram que engolir. Abraços.

  8. Karen @ 24 Jan, 2008 : 11:13
    Oi Nádia, "Haru ga kita" também é uma música que eu ouvia muito quando criança. Aliás, até hoje lembro de muitas músicas, como "Furusato"... acabaram virando parte das lembranças da minha infância! Algum dia vou fazer uma lista dessas músicas. Continue nos contando suas histórias, eu me identifiquei com vários trechos!

  9. maytane @ 26 Jan, 2008 : 02:11
    olá, meu sobrenome tambem é kaku. tenho 18 anos e atualmente moro em santa catarina gostaria de saber mais sobre nossos antepassados se quiser me add no MSN hoshii_m@hotmail.com

  10. Karen @ 28 Abr, 2008 : 17:27
    Oi Nádia, Gostei muito das suas fotos do Japão - adorei a foto do "tadaima", com um monte de sapato amontoado na entrada. Aliás, acho que quem vai para o Japão deveria evitar ao máximo sapatos com cadarço. Eu perdia um tempão amarrando e desamarrando os sapatos na hora de entrar ou sair de casas e prédios!

  11. Bruno @ 11 Abr, 2009 : 14:40
    Olá pessoal, apesar de eu não ter nenhuma descendência japonesa, eu acho muito legal essa interação entre brasileiros e japoneses. Adoro o japão, sua cultura, musica, e etc. Vocês descendentes devem ter muito orgulho disso. obrigado a por lerem. Fiquem com Deus, tchau :).

  12. Adriana @ 23 Jun, 2010 : 12:08
    Minha sobo tb veio de Kumamoto. Obrigada pela música q é linda!!! :)

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