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22 Abr, 2008

Diferentes ou iguais?

João Leonardo Madalosso (www.scoutphoto.com.br)

Hoje tem sido um dia esquisito. É segunda-feira, feriado de Tiradentes, mas está com cara de domingão (já me peguei umas três vezes procurando saber quais serão as matérias do Fantástico de hoje). Dia estranho. Fez sol, nublou, fez calor, choveu (La Niña, dizem). Como estou com uma gripe esquisita (não sei se é gripe, resfriado, alergia ou uma mistura dos três), fiquei em casa e me dediquei a tarefas domésticas, como tirar manchas do meu blusão de rugby, lavar as roupas de frio e passar acaricida em casaco grosso. Tarefas não muito recompensadoras mas absolutamente necessárias.

Como o cheiro do acaricida é meio forte, resolvi fazer uma pausa para pensar um pouco na vida, limpar o quarto e escrever aqui no blog. E foi vendo o calendário é que me dei por conta: grandes acontecimentos escoteiros nesta e nas próximas semanas!

. Na semana passada: inaugurado o ScoutFace (o orkut escoteiro), em Português.

. Neste fim de semana, rolou a Assembléia Nacional -- um encontro para os escotistas (os adultos escoteiros). A., meu amigo gauchito, ficou de apresentar um vídeo lá. Ainda não tive notícias dele, então só me resta torcer para que tenha dado tudo certo.

. 23 de abril: Dia Mundial do Escoteiro (sim, é no dia de São Jorge, padroeiro dos escoteiro e do "Curíntia", mano).

. 26 de abril: festa de 25 anos da Tropa Sênior Guia do Grupo Escoteiro do Mar Amigo Velho, a tropa mais simpática de Curitiba, que tem um lugar especial no meu coração. Dos chefes à molecada, todos são acolhedores, companheiros, alegres, simpáticos e muito queridos, como velhos amigos do mar. Meus parabéns e um abraço especial!

. 30 de abril: darei uma entrevista sobre escotismo para uma TV universitária. Por mais que seja um assunto que eu ame falar e, por mais que eu trabalhe com vídeo (você pode ver as reportagens no site de VEJA, na seção Vídeos e na coluna Chegada), é MUITO estranho estar do outro lado da bancada!

 

E por falar em Escotismo...

Foi no Escotismo, que eu descobri que eu era "diferente".

Até eu entrar no Grupo Escoteiro, eu achava que era normal, como qualquer outra criança da escola. Não me achava nem mais nem menos japonesa que qualquer outro dali, aliás, ser mestiça para mim era apenas um detalhe para o qual eu nem dava muita bola. Foi só quando entrei no grupo, aos 13 anos, que eu percebi que eu era MAIS japonesa que a galera da escola e MENOS japonesa quanto os outros escoteiros, afinal, eu havia entrado em um grupo nikkey (antigamente, chamado grupo "de colônia"), o Falcão Peregrino.

Para começar, eu não falava "batchanês", aquele idioma especial para falar com avós vindos do Japão. Demorou até eu aprender o que era "okanemoti", "gaijin" e "baká" (a única que eu sabia era "urusai" mas essa ninguém falava). Depois veio a história da comida: quando a gente ia acampar e precisava levar almoço de casa, eu era a única que levava um mega sanduíche. Todo o resto levava obentô (qual é a graça de botar sua mãe fazendo oniguiri e fritando milanesa às 4 da manhã, eu não entendo até hoje). Mais tarde, aos 16, vieram as festas japas... Ipê, Onu (que também eu não entendo muito bem até hoje)... foi um choque cultural atrás do outro.

 

Ao mesmo tempo, foi no Escotismo que eu me descobri igual.

Igual a um monte de outros escoteiros do mundo inteiro. Quando fui ao meu primeiro acampamento mundial, em 1995, na Holanda (que teve a participação de 28 mil escoteiros), eu fiz amigos do mundo todo. De repente, eu não era mais tão diferente porque, mesmo tendo alturas, línguas, raças e cores diferentes, no fundo, no fundo, nós todos éramos iguais. Todo mundo gostava de acampar, todo mundo adorava trocar distintivo e todo mundo adorava aprender sobre outras culturas. Todo mundo teve espinha na adolescência. Todo mundo já havia discutido com os pais, brigado com os irmãos. Todo mundo tinha os mesmos problemas, as mesmas angústias, as mesmas esperanças. Foi exatamente com isso que eu aprendi o que era, de fato, tolerância, aceitação, inclusão, compaixão. Foi vendo que, apesar das embalagens diferentes, todo mundo queria ser feliz igual.

E você, como se sente? Igual ou diferente?


(Ah, na foto, escoteira aprende dança típica com chefe escoteira queniana.)

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LINKS

. Bureau Mundial Escoteiro

. Site da UEB - União dos Escoteiros do Brasil

. Site da UEB São Paulo

. O diário de um escoteiro (vídeo meu para a Capricho) 

Postado por Raquel Hoshino | 0 comentários

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Perfil

Raquel Hoshino é mezzo japa, mezzo italiana. Jornalista, ariana e chefe escoteira, está atrás de seu "gene zen". Aquele pedacinho oriental perdido, suficiente para transformá-la numa pessoa iluminada e calma o suficiente para comer uma tigelinha de arroz, grão por grão, enquanto admira a paisagem de suas jornadas.
 


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