Artista servirá arroz com chá a 50 avós no Masp

Reunir 50 avós, que representam as diversas gerações de japoneses que imigraram para o Brasil, e servir a elas uma refeição composta por arroz cozido em chá verde, sopa de missô, tsukemono [conserva] e soja, em pleno Masp (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand). O que pode parecer, no mínimo, diferente, é um dos atrativos de uma exposição que faz uma retrospectiva do trabalho do artista japonês Tatsumi Orimoto e que inaugura as comemorações do Centenário da Imigração Japonesa do museu. A performance acontece no dia 10 de janeiro.

A mostra reúne cerca de dez vídeos, 1200 fotografias, 160 desenhos, além da perfomance intitulada “50 Grandmamas”(50 vovós, em tradução livre), sob a curadoria de Tereza Arruda. A mostra, que nunca foi apresentada fora do Japão, abrange 30 anos da produção de Orimoto e fica em cartaz até o dia 27 de abril.

Nascido na cidade de Kawasaki, em 1946, Orimoto viveu nos Estados Unidos no período de 1969 a 1977, atuando no grupo Fluxus e como assistente de Nam June Paik.

A obra de Orimoto envolve performances que falam do cotidiano e das conseqüências do envelhecimento. O artista voltou ao Japão em meados da década de 1980 e cuida de sua mãe, que sofre do mal de Alzheimer.

Orimoto já realizou mostras no Japão, na Alemanha, na Inglaterra, na Áustria e em outros países. Participou da Bienal de São Paulo em 1991 e em 2002. Em 2001, conquistou a Bienal de Veneza, ao pendurar pneus de automóveis no pescoço de sua mãe e colocá-la em caixas de papelão.